Itaipu e a urbanização da zona de fronteira do Iguaçu: cidade e conjuntos habitacionais da usina hidrelétrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Adelita Araujo de
Orientador(a): Duduch, Jane Victal Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16281
Resumo: Esta pesquisa realiza uma reflexão sobre os fenômenos urbanos e sócio-espaciais na fronteira do Iguaçu, onde se encontram as cidades formadas nos territórios da Argentina, Brasil e Paraguai. Para isso, utiliza o conceito de fronteira adotado pela geografia e o conceito de fenômeno urbano adotado pelo urbanista Bernardo Secchi. Para a investigação, delineamos a década de 1970 como o recorte temporal, período representado pela construção da Usina de Itaipu Binacional, que promoveu um plano global de urbanização para as cidades paraguaias e brasileiras, se baseado principalmente na construção de conjuntos habitacionais e na estruturação do sistema viário, articulando as malhas urbanas das cidades da zona de fronteira. A análise é realizada pontuando os aspectos políticos, econômicos e sociais que envolveram a construção da usina, bem como dos projetos urbanos e arquitetônicos implantados pela empresa que, por fim, contribuíram para os processos atuais de expansão urbana e interação entre estas cidades. Analisamos primeiramente as lógicas naturais que configuraram as relações urbanas ao longo do tempo, como vínculos comerciais e turísticos, mobilidade e estrutura urbana, imigração e processos de territorialização, trocas culturais e identitárias para, em seguida, refletir sobre os documentos e projetos da época da construção da usina que revelam os interesses dos governos militares do Brasil e do Paraguai. A análise dos projetos urbanos demonstra que o partido adotado foi concebido para o controle e a vigilância da população, além de organizar hierarquias sociais e culturais, ao mesmo tempo em que, para a classe militar, observam-se projetos urbanos orientados para a socialização, a valorização do espaço público e do meio ambiente. Finalmente, concluiu-se que as conseqüências imediatas conduziram à segregação, ao esgarçamento da malha urbana e ao inchaço das cidades, culminando em conflitos sociais e identitários.