Educação Infantil e Pandemia da Covid-19: narrativas das famílias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Eliane Dutra de
Orientador(a): Ferreira, Luciana Haddad
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17601
Resumo: O presente estudo, realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC Campinas, na linha de pesquisa Formação de Professores e Práticas Pedagógicas junto ao grupo de pesquisa Formação e Trabalho Docente, discutiu as práticas educativas da Educação Infantil no contexto do atravessamento da Pandemia da Covid-19. O estudo articulou-se com reflexões sobre a relação família e escola, optando por ouvir os familiares na busca por compreensões de como estes perceberam o referido período. Partindo dessas considerações, formulei o seguinte problema de pesquisa: quais são as significações das famílias sobre as proposições realizadas na Educação Infantil, em relação ao desenvolvimento das crianças durante o período de isolamento social da pandemia de Covid-19? Meu objetivo central é discutir as significações das famílias em relação às práticas pedagógicas realizadas na Educação Infantil ao longo do distanciamento social imposto pela pandemia. A abordagem da pesquisa foi narrativa e priorizou a construção do material empírico por meio de narrativas orais, produzidas por um grupo de 12 participantes que integraram as famílias de crianças que estiveram matriculadas na Educação Infantil no período de isolamento social em uma das unidades das escolas colaboradoras da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Campinas/SP. A fundamentação teórica inspirou-se em conceitos freireanos, dentre eles os de dialogicidade e comunidade, fundamentais para a educação como prática de liberdade. Entendendo como ideia central para este autor que ensinar não é apenas transmitir conhecimento, e o diálogo surge como uma ferramenta poderosa, em que diferentes visões são valorizadas e respeitadas. É por meio do diálogo que se constrói o conhecimento de forma colaborativa, estimulando o pensamento crítico e a autonomia dos alunos. As análises, foram realizadas a partir do Paradigma Indiciário, uma abordagem que orientou a investigação e a interpretação dos dados coletados. O estudo apresenta, as implicações das mudanças nas práticas pedagógicas durante esta pandemia, revelando como as escolas ajustaram e reinventaram suas abordagens diante dos desafios impostos. Questões como a adaptação às tecnologias digitais, a manutenção do engajamento das crianças em atividades remotas e o suporte emocional oferecido pelas instituições de ensino emergiram como temas fundantes. Além disso, investiguei os desencontros entre as expectativas das famílias e as ações das escolas, destacando as propostas e negociações possíveis para sustentar o processo educativo em um contexto tão adverso. Os limites enfrentados, tanto pelas famílias quanto pelas educadoras/es, foram analisados a partir da influência das condições materiais, sociais e emocionais sobre a eficácia das práticas pedagógicas. Pretendi apontar as compreensões sobre o ambiente escolar e a organização intencional das profissionais da educação, evidenciando como essa estrutura pôde favorecer uma relação dialógica e emancipadora entre família e escola, promovendo uma colaboração que contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento das crianças. Por fim, destacaram-se as possibilidades de trabalho partilhado e comunitário, promovidas pelas escolas durante o isolamento social, que permitiram a manutenção dos vínculos pedagógicos e o estreitamento das relações, respeitando as condições sanitárias vigentes no período da pandemia.