Criatividade e suas relações com inteligência em crianças com e sem dislexia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Alves, Rauni Jandé Roama
Orientador(a): Nakano, Tatiana de Cássia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15900
Resumo: A dislexia é um transtorno decorrente de disfunções neuropsicológicas e acarreta principalmente dificuldades no aprendizado da leitura. Estudos internacionais especulam que esse quadro não somente envolveria habilidades cognitivas deficitárias, mas também bem desenvolvidas, como a criatividade. Partindo-se dessa hipótese, o presente estudo objetivou comparar a criatividade de crianças com dislexia (GC) com o de crianças sem dificuldades em leitura e escrita (GN). Também se investigou a relação entre criatividade e inteligência em ambos os grupos. O GC foi recrutado no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e o GN em uma escola de ensino regular de uma cidade do interior de São Paulo. Foram investigadas 13 crianças em cada grupo, com faixa etária de oito anos a 11 anos e oito meses (GC: M=10,92+1,03; GN: M=10,61+0,50), sendo cinco do sexo feminino e oito do masculino no GC e nove do sexo feminino e quatro do masculino no GN. Para a avaliação da criatividade foi utilizado o Teste de Criatividade Figural Infantil (TCFI) e para inteligência foram administrados os testes Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (MPCR) , Desenho da Figura Humana (DFH) e Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III) , sendo os dois últimos somente no GC. Para a seleção do GN foi utilizado um questionário para os pais e uma entrevista semiestruturada para os professores a fim de eliminar critérios diagnósticos para dislexia, além do Teste de Desempenho Escolar , com o objetivo de selecionar somente aquelas crianças que apresentassem desempenho em leitura e em escrita esperado para a idade e série. Os resultados encontrados não evidenciaram diferenças estatísticas significativas entre ambos os grupos na medida de criatividade. No entanto, o GC apresentou menor média em relação ao GN no total do TCFI, ao mesmo tempo em que também apresentou médias mais altas em 18 das 31 características avaliadas por esse mesmo teste. Foi verificada alta correlação entre os testes MPCR e o TCFI em ambos os grupos e correlações não significativas entre o DFH e o WISC-III com o TCFI no GC. Algumas hipóteses foram elaboradas: a existência de possíveis relações entre criatividade e funções executivas, sendo essas últimas em prejuízo em sujeitos com dislexia, que poderia explicar o resultado obtido no total do TCFI; a influência de aspectos emocionais e possivelmente de personalidade, característicos a dislexia, que poderiam explicar o melhor desempenho obtido na maioria das características avaliadas no TCFI. Não foi verificado um padrão nas correlações entre as medidas de inteligência e de criatividade em ambos os grupos investigados, assim como encontrado na literatura. Conclui-se que o presente estudo forneceu achados importantes para o início do esclarecimento sobre uma possível relação entre criatividade e dislexia, no entanto, considerando a complexidade de ambos os constructos, estudos que envolvam a investigação de suas relações com outras variáveis psicológicas bem como ampliação e diversificação da amostra se fazem necessários.