Mulheres com câncer de mama: análise funcional do comportamento pós-mastectomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Sampaio, Ana Claudia Paranzini
Orientador(a): Amaral, Vera Lucia Adami Raposo do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15850
Resumo: O câncer é uma doença que se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade destas células desorganizadas invadirem outras estruturas orgânicas. Nas mulheres brasileiras, o câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais causa mortes, porém se detectado precocemente, há alta chances de cura. Muitas vezes, ele é descoberto tardiamente, gerando tratamento mutilantes à mulher, como a retirada parcial ou total da mama e a realização da quimioterapia e/ou radioterapia. Extirpar a mama em decorrência de uma enfermidade crônica possui uma conotação extremamente complexa para a mulher, pois o símbolo de feminilidade, sedução e maternidade foi amputado. As mudanças na vida desta mulher englobam as esferas pessoal, profissional e familiar. Assim, é de extrema importância que pesquisas sejam feitas, visando conhecer os comportamentos que contribuem com a promoção do bem-estar psicológico. Para tanto, esta pesquisa teve por objetivo realizar uma análise funcional dos comportamentos de mulheres após a cirurgia de mastectomia. Foram entrevistadas quatro mulheres que passaram pela mastectomia, com idades variando de 34 a 49 anos, encaminhadas por um mastologista. As entrevistas foram gravadas e transcritas em sua íntegra. As mulheres mantiveram também um registro escrito, durante quinze dias, em que especificaram o contexto, as ações, sentimentos e pensamentos correspondentes à situação, bem como suas conseqüências, das vivências relacionadas ao câncer. Categorias de comportamentos foram identificadas e analisadas em suas funções. As categorias mais citadas por essa amostra foram: crenças (místicas e otimistas), receber apoio social e familiar e busca pelo auto-conheimento. Para cada categoria de comportamento foi realizada uma análise funcional bem como foram dados alguns exemplos de verbalizações das participantes que demonstram os antecedentes, os comportamentos e as conseqüências destes. Verificou-se que acreditar em um ser superior que possa trazer a cura são comportamentos que desencadeiam conseqüências positivas que podem contribuir para o enfrentamento da enfermidade. Os comportamentos otimistas aumentam a probabilidade de ocorrência dos comportamentos de adesão ao tratamento (como tomar medicações, ir ao médico, por exemplo). Nas verbalizações das participantes observa-se que o apoio social e familiar recebido é considerado de extrema importância no contexto vivenciado. O contexto ao qual encontram-se as mulheres com câncer de mama também proporcionaram reflexões à respeito da própria vida, contribuindo com o autoconhecimento. O diagnóstico do câncer, seu tratamento e suas conseqüências são considerados estímulos antecedentes, que evocam os comportamentos englobados pelas categorias citadas. Esses comportamentos, por sua vez, geram conseqüências diversificadas, como reforço positivo e negativo. Desta maneira, com esse procedimento foi possível conhecer algumas variáveis que atuam no ambiente pós-mastectomia, o que contribui para elaboração de programas de intervenção analítico-comportamentais que poderiam beneficiar as mulheres acometidas por câncer de mama