Risco psicossocial familiar e coping da hospitalização em crianças e adolescentes: avaliação e intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Amaral, Jodi Dee Hunt Ferreira do
Orientador(a): Enumo, Sônia Regina Fiorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15769
Resumo: A hospitalização de crianças e adolescentes pode acarretar prejuízos no desenvolvimento emocional, social, cognitivo e físico. Compreender como crianças/adolescentes utilizam os recursos disponíveis e lidam com a hospitalização, incluindo o diagnóstico e o tratamento, auxilia na prevenção de possíveis danos à saúde e ao desenvolvimento, subsidiando um melhor manejo desse processo. Esta pesquisa propõe uma avaliação e intervenção no coping do adoecimento, hospitalização e tratamento, também analisando o risco psicossocial familiar de crianças e adolescentes. Está organizada em dois estudos. O Estudo 1 verificou as evidências de validade de uma escala de Coping da Hospitalização, Adoecimento e Tratamento (COPHAT), elaborada em duas versões: para crianças e adolescentes internados (COPHAT-CA) e para os pais/responsáveis (COPHAT-P) e descrever e analisar algumas variáveis relacionadas ao processo de estresse-coping (enfrentamento) da hospitalização de crianças e adolescentes. O Estudo 2 propõe uma avaliação e intervenção no coping do adoecimento, hospitalização e tratamento. No Estudo 1, 197 crianças/adolescentes, com idade entre 6-14 anos, responderam o COPHAT-CA e seus respectivos pais/responsáveis responderam o COPHAT-P e o Psychosocial Assessment Tool 2.0 (PAT 2.0), em dois hospitais universitários. A Análise Fatorial Exploratória indicou uma solução de 32 itens, organizados em quatro fatores para a COPHAT-CA: Fator 1- Compreensão da Doença; Fator 2- Internação; Fator 3- Procedimentos e Efeitos Colaterais do tratamento; Fator 4- Expectativa de Retorno à Escola, todos com bom índice de confiabilidade (α ≥ 0,70), com exceção do Fator 1. Foi encontrada uma correlação positiva entre a COPHAT-CA e COPHAT-P (ρ = 0,191, p = 0,01), entre COPHAT-CA e PAT 2.0 (ρ = 0179; p = 0,05) e entre COPHAT-P e PAT 2.0 (ρ = 0,248; p = 0,01). No Estudo 2, participaram 26 crianças e adolescentes, entre 6-14 anos de idade (13 meninos), hospitalizados em um hospital universitário, e seus responsáveis. Foram divididos em Grupo de Intervenção (GI) (n = 16), submetido individualmente ao Programa de Promoção do Coping da Hospitalização (PROCOPE-H), especialmente elaborado, com uma média de 5 sessões (DP = 3,46), e Grupo Controle (GC) (n = 10), submetido às atividades lúdicas de rotina. No pré-teste, os participantes responderam o COPHAT-CA, o Instrumento de Avaliação do Brincar no Hospital adaptado (ABHa) e a Escala de Coping da Hospitalização (COPE-H). Os responsáveis responderam a Ficha de Identificação, o PAT 2.0 e o COPHAT-P. Cada participante e seu cuidador responderam um Inventário de Avaliação e Satisfação do Usuário (IASU) após a intervenção. GI apresentou diferenças significativas entre o pré-teste e o pós-teste, no COPHAT-CA. Entretanto, não houve diferenças significativas entre GI e GC, no pré e no pós-teste. Houve ganho clinicamente significativo para 11 crianças/adolescentes do GI (68,75%), que também apresentaram uma regulação emocional mais adaptativa, com diferenças significativas no pós-teste, diminuindo o afeto negativo (raiva, tristeza e medo) e aumentando os relatos de alegria. GI e seus cuidadores avaliaram o PROCOPE-H de forma positiva. Em conclusão, COPHAT-CA demonstrou evidências de validade de conteúdo e analise fatorial satisfatória e PROCOPE-H pode ser considerado uma proposta de intervenção psicológica promissora, tendo sido bem avaliada pelos participantes.