Fim do mundo: o imaginário coletivo da equipe de enfermagem sobre a gestação interrompida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tachibana, Miriam
Orientador(a): Vaisberg, Tania Maria Jose Aiello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15674
Resumo: A ocorrência de interrupção da gestação demanda não apenas atendimento médico - hospitalar, mas também sustentação emocional, tendo em vista tanto o bem estar imediato da mulher, como a possibilidade de acolhimento a outros bebês que possa ter futuramente. Durante a internação, a mulher permanecerá sob cuidados da equipe de enfermagem obstétrica, de modo que suas vivências serão, em certa medida, afetadas pelas atitudes e condutas destes profissionais. Assim, justifica-se a proposta de investigar o imaginário coletivo da equipe de enfermagem obstétrica sobre a mulher que sofreu interrupção da gestação. Realizamos entrevistas individuais com dezesseis profissionais de um serviço de Obstetrícia de um hospital universitário, fazendo uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema como recurso mediador-dialógico. Após cada entrevista, foram redigidas narrativas psicanalíticas que, juntamente com os desenhos-estórias das participantes, foram considerados psicanaliticamente, visando a captação interpretativa de campos de sentido afetivo-emocional. Foram captados campos denominados Fim do mundo , Vazio eterno e Monstruosidade , que permitem a percepção da vigência de um imaginário coletivo no qual a gravidez interrompida é concebida como um fenômeno humanamente inaceitável, que apresentaria contornos apocalípticos, associados à atribuição de motivações maldosas e nefastas à própria gestante. O quadro geral evidencia que a equipe de enfermagem, como coletivo humano, provavelmente enfrentará dificuldades na adoção de condutas solidárias e sustentadoras diante deste tipo de paciente. Esta situação poderá ser superada apenas se a instrução e o esclarecimento das profissionais puderem ser complementados com atenção psicológica clínica, que lhes permita exercer suas tarefas de modo mais tranqüilo e amadurecido.