Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Anderson da Silva |
Orientador(a): |
Zuben, Newton Aquiles von |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14863
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Resumo: |
A presente pesquisa aborda questões referentes à relação entre o religioso e os ideais seculares da modernidade no que diz respeito à demanda por sentido pessoal para a vida. Busca-se, pois, situar o lugar próprio do religioso no contexto da modernidade a partir da resposta que proporciona para a questão do sentido pessoal da vida. Para tal finalidade, utilizamos como referência a obra filosófica de Miguel de Unamuno, visando, ademais, demonstrar a atualidade da filosofia da religião do pensador e poeta espanhol do começo do século XX. Dentre a vasta produção escrita de Unamuno, a sua obra capital Del sentimiento trágico de la vida (1912) é tomada como o fio condutor para uma análise crítica dos pressupostos básicos da modernidade. Depois de contextualizar seu pensamento filosófico, faz-se uma análise de sua crítica da modernidade, que se fundamenta na crise de sentido e do niilismo gerados pelo excesso de confiança na razão técnico-científica, vivenciados pelo próprio filósofo. Para resolver a questão elaborou-se um estudo da exigência de finalidade da consciência para o mundo e da busca de concretização histórica de tal finalidade por meio do conceito unamuniano de pessoa. A concepção teleológica da consciência, elaborada por Unamuno, coloca a necessidade de sentido para a existência no plano afetivo da vida humana. A consciência da morte desperta o sentimento trágico da vida levando a questão do sentido da vida para a esfera do religioso. O homem busca um sentido último para a vida, pois a questão da finalidade de sua existência é no fundo o problema do destino de sua consciência pessoal após a morte. Desse modo o religioso é definido por Unamuno como o econômico-transcendental, isto é, como o cuidado pelo porvir da consciência pessoal após a morte. Constata-se, assim, o acento antropológico do pensamento religioso de Unamuno, que enraíza o sentimento religioso no anseio de imortalidade, o desejo de não morrer do homem. Deus é apresentado como a substantivação deste sentimento religioso, que é o sentimento de finalidade transcendente da vida humana, pois somente Ele poderia salvar o homem de vir a ser nada, isto é, do desaparecimento de sua consciência pessoal após a morte. Sendo, pois, uma questão irracional, que contraria os dados da razão objetiva, o religioso só pode ser sentido pelo homem moderno a partir de uma fé agônica que vive, pela palavra poética, a contradição entre sua esperança e os dados da razão científica. Para Unamuno somente esta fé, que reabilita o caráter poético do discurso moderno, pode responder à demanda por sentido global para a vida do homem moderno. |