Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bellodi, Anita Colletes |
Orientador(a): |
Enumo, Sônia Regina Fiorim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15751
|
Resumo: |
O excesso de peso (EP), em crianças e adolescentes, que inclui o sobrepeso e a obesidade, apresenta-se como um grave problema de saúde pública. Compreender as relações entre algumas das variáveis modificáveis envolvidas é objetivo geral desta Tese, que foi elaborada em três estudos. O Estudo 1 apresentou um levantamento sistemático de literatura sobre variáveis psicológicas e psicossociais relacionadas ao EP na infância e adolescência (três a 18 anos). Aplicou-se descritores indexados pela American Psychological Association (APA): obesity OR overweight, AND Child Psychology OR Child Characteristics OR Adolescent characteristics OR Adolescent Psychology OR psychosocial development, nas bases de dados multidisciplinares da Academic Search Premier, incluindo estudos empíricos, revisados por pares, em idioma inglês, publicados entre os anos de 2007 e 2017. Sintomas depressivos e de ansiedade foram os mais comuns avaliados. A revisão indicou que esses sintomas são mais frequentes nas crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade, se comparadas àquelas com peso normal. Outras variáveis psicológicas foram menos avaliadas, mas se mostraram influentes, tais como o temperamento. Por isto, é sugerido que as pesquisas do EP da criança/adolescente analisem maior número de variáveis, incluindo biológicas, psicológicas e sociais, aplicando-se análises estatísticas mais integrativas, como a análise de rede, para uma avaliação ampla e processual. O Estudo 2 analisou dados de um estudo transversal com 3.471 estudantes de escolas públicas, de sete a 13 anos, da cidade de Campinas – SP. Medidas de 31 variáveis foram submetidas à aglutinação, restando 16 variáveis, as quais aplicaram-se análises de correlações, predições e análise de rede de correlação bivariada e análise de componentes principais. Encontrou-se 33,7% de estudantes com EP, 17,5% com obesidade e 16,2 % com sobrepeso. A análise de rede mostrou que, sob estresse, essas crianças e adolescentes tendem a apresentar níveis de colesterol mais elevados, seguido por um maior uso de medicações ou suplementos, e um aumento da atividade física, relações maiores para meninos e de etnia não branca. Alimentar-se com a merenda fornecida pela escola e ser do sexo feminino atuou como fator de proteção para o risco cardiovascular. Conclui-se que o estresse está impactando a saúde física dos estudantes, aumentando seu risco cardiovascular. Sugerem-se ações que verifiquem as fontes de estresse para esta população infantojuvenil e que proponham políticas de manejo dessas condições. O Estudo 3 analisou 37 variáveis: psicossociais (etnia, risco psicossocial, cidade de residência, estudar em escola pública ou particular, influências de propagandas na alimentação), variáveis do tratamento (tempo em tratamento, periodicidade, comorbidades, especialidades médicas), variáveis familiares (sexo, idade, índice de massa corporal (IMC), hábito de atividade física, diabetes da genitora, tabagismo da genitora na gestação, complicações na gestação ou parto, comportamentos de alimentar via restrição para perda de peso, restrição para saúde, pressão e monitoramento, coping adaptativo e mal adaptativo), variáveis da criança ou adolescente (sexo, idade, peso ao nascer, amamentação materna exclusiva (AME), realização de atividade física, horas de atividade física por semana, horas de sono, hábito de levar lanche de casa para a escola, local de realização de refeições, tempo em dispositivos com tela, características de temperamento de controle com esforço, afeto negativo, extroversão, coping adaptativo e mal adaptativo) e as variáveis de desfecho: sobrepeso e obesidade (EP). Teve 80 participantes, sendo 40 pacientes, de três a 17 anos, de um ambulatório de obesidade infantil da endocrinologia de um hospital universitário de Campinas – SP e seus cuidadores (familiar responsável), totalizando 40 cuidadores. Peso e altura dos participantes foram aferidos e calculou-se o IMC. Aplicou-se individualmente instrumentos, de acordo com cada idade: Ficha de Caracterização, Psychosocial Assessment Tool (2.0), Compreensive Feeding Practices Questionnarie, Motivacional Theory of Coping Scale - 12, Children´s Behavior Questionnarie, Early Adolescence Temperament Questionnaire – Revised. A análise de rede destacou que o EP se inicia com a saúde materna prejudicada, principalmente com diabetes mellitus e complicações na gravidez e parto. As crianças/adolescentes com característica de afeto negativo de temperamento apresentam coping mal adaptativo, em contexto de risco psicossocial. Essas informações devem orientar estratégias de prevenção em saúde da mulher e saúde gestacional, seguido por programas de atendimento multidisciplinar para o paciente e seu cuidador, para aqueles já em tratamento. Frente aos dados dos três estudos, conclui-se no geral, que os tratamentos para EP baseados exclusivamente em indicações de hábitos de vida saudáveis são insuficientes. Para prevenção do EP em crianças/adolescentes, sugere-se foco em saúde materna e ações que diminuam o risco psicossocial. Para atingir mais sucesso na adesão ao tratamento, é necessário ampliar a avaliação dos aspectos psicológicos e psicossociais, incluindo a avaliação do estresse e estressores, temperamento, coping, em avaliação multidisciplinar e contextualizada ao risco psicossocial familiar, e à realidade econômica e social da população-alvo. |