“Como você pensou?”: a oralidade e o desenvolvimento do sentido do número em crianças do 1.º ano do Ensino Fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bortolucci, Marina de Souza
Orientador(a): Lopes, Celi Aparecida Espasandin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17603
Resumo: Esta pesquisa de doutorado1 surgiu a partir das inquietações vivenciadas pela professorapesquisadora em sua sala de aula nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Está inserida na linha de pesquisa Formação de Professores e Práticas Pedagógicas do Programa de Pósgraduação em Educação da PUC-Campinas. A pesquisa visou responder à questão: quais tarefas matemáticas, relacionadas à oralidade, promovem o desenvolvimento do sentido do número em alunos do 1.º ano do Ensino Fundamental? De tal questão emanou o objetivo geral da pesquisa que é identificar as tarefas e as intervenções pedagógicas da professora-pesquisadora, pautadas na oralidade, que favorecem o desenvolvimento do sentido do número de uma turma de 1.º ano do Ensino Fundamental, através da socialização de diferentes estratégias utilizadas na resolução de problemas pelos alunos. Os objetivos específicos são: (i) investigar as potencialidades da resolução de problemas na ampliação do sentido do número nas crianças da turma investigada; (ii) verificar como o processo de socialização das tarefas matemáticas realizadas impulsiona a oralidade e favorece a ampliação do sentido do número; (iii) explorar as mediações realizadas pela professora-pesquisadora, observando quais foram as contribuições e limitações destas. A tese que nos propomos a defender foi a de que o ensino da matemática deve oportunizar situações planejadas e intencionais de oralidade em sala de aula, pois estas, com mediações realizadas pela professora, favorecem o estabelecimento de relações numéricas, fundamentais para o desenvolvimento do sentido do número. A pesquisa foi realizada com uma turma de 1.º ano em que a pesquisadora atuou como docente no ano letivo de 2022. Tem abordagem qualitativa, de natureza interventiva, com metodologia de pesquisa na/da própria prática. Foi feito um estudo bibliográfico acerca do sentido do número e da oralidade, além de um levantamento de tarefas pedagógicas para serem desenvolvidas com a turma. As crianças foram convidadas a explicitarem suas estratégias de resolução em atividades realizadas com toda a classe, nos horários regulares de aula, que foram registradas por videogravações. As transcrições das videogravações resultaram em narrativas pedagógicas, que foram analisadas a partir de três eixos: (i) indícios de produção de sentido sobre o mundo: o que emergiu nos diálogos das crianças em relação ao sentido do número?; (ii) intervenções da professorapesquisadora; e (iii) potencialidades da tarefa pedagógica para o desenvolvimento do sentido do número. Conclui-se que as tarefas pedagógicas analisadas demonstraram grande potencial para o desenvolvimento do sentido do número, ao promoverem reflexões sobre as relações numéricas, cálculos e características do sistema de numeração. Evidenciou-se, ainda, a importância de oferecer, intencionalmente, momentos em sala de aula que favoreçam a apropriação do gênero oral pelas crianças, ampliando seus repertórios para comunicar estratégias de resolução. No entanto, para alcançar os objetivos propostos, o papel do professor é imprescindível. Cabe a ele realizar mediações necessárias e cultivar um ambiente de aprendizagem seguro, onde os alunos se sintam encorajados a arriscar, compartilhar ideias e interagir com a turma.