A experiência intersubjetiva na ludoterapia humanista: uma perspectiva fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bezerra, Mharianni Ciarlini de Sousa
Orientador(a): Cury, Vera Engler
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15585
Resumo: Esta pesquisa qualitativa objetivou compreender, fenomenologicamente, a experiência vivida por psicoterapeutas e crianças no acontecer clínico da ludoterapia de orientação humanista. A fenomenologia, desenvolvida por Edmund Husserl e Edith Stein, norteou epistemologicamente o estudo. Os pressupostos teóricos da psicologia humanista norte americana, especificamente a Abordagem Centrada na Pessoa e a Gestalt-Terapia, subsidiaram os atendimentos clínicos infantis desenvolvidos pelos psicoterapeutas participantes. A pesquisadora desenvolveu encontros dialógicos individuais com nove psicoterapeutas e sete crianças. Após cada encontro, registrou, sob a forma de Narrativas Compreensivas, suas impressões ao estar subjetivamente impactada pela experiência. Uma Narrativa Síntese foi elaborada, posteriormente, com base no conjunto dessas narrativas a fim de levar adiante o processo de análise e interpretação dos elementos estruturais do fenômeno. Concluiu-se que: (1) o acontecer clínico da ludoterapia humanista estimula a emergência de uma relação intersubjetiva entre psicoterapeuta e criança que promove crescimento psicológico; (2) essa experiência relacional desencadeia um processo vivenciado de modo contínuo pela criança para além das sessões de ludoterapia; (3) a presença subjetivamente implicada do terapeuta no acontecer clínico é fundamental para o envolvimento e motivação da criança; (4) a corporeidade vivenciada no encontro psicoterapêutico potencializa o desenvolvimento na criança de um processo de tomada de consciência sobre si mesma e sobre os limites e potencialidade dos próprios atos; (5) as atividades lúdicas representadas pelo brincar durante as sessões congregam múltiplos sentidos e integram elementos da experiência vivida pela criança ao estar em uma relação intersubjetiva com o terapeuta; (6) a relação psicoterapêutica intensifica o desenvolvimento subjetivo e revela a singularidade da criança no curso do processo; (7) essa relação é sustentada pela apreciação genuína e despida de condições que o terapeuta dirige à criança como pessoa, atribuindo-lhe um valor incondicional que a estimula a envolver-se em um processo psicológico de descoberta acerca de si mesma e do mundo, possibilitando a atualização de significados e sentidos à experiência vivida, quando evocada reflexivamente.