Resumo: |
O trabalho investigou a abrangência científica e geográfica do fenômeno socioespacial das ecovilas no Brasil. Buscou-se compreender a emergência do conceito de ecovila desde suas origens históricas como movimento antissistema, até seus fundamentos teóricos contemporâneos, destacando-se o entendimento da sustentabilidade nas dimensões ecológica, econômica, social e espiritual. Verificou-se também a presença do tema na sociedade, em especial dentro da academia, realizando um estudo de revisão dos trabalhos brasileiros sobre ecovilas. A partir desses trabalhos e de bancos de dados, realizou-se um mapeamento das experiências que se identificam com o conceito de ecovilas no país, localizando-as e caracterizando-as, de modo a obter uma visão geral da sua dispersão e a atuação no território brasileiro. Constatou-se a presença de ecovilas em dezessete estados e no Distrito Federal. Identificou-se, ainda, diversos empreendimentos, comunidades e famílias que se inspiram nas ecovilas para tornar casas, sítios, instituições e negócios mais sustentáveis. Embora quase 80% dos municípios que abrigam essas iniciativas sejam de pequeno porte, têm maior presença nas regiões onde a rede urbana brasileira é mais bem servida de infraestrutura e serviços. Isto somado às atividades educacionais e turísticas existentes de forma ampla nas ecovilas e projetos afins demonstrou que, diferentemente de comunidades alternativas de tempos anteriores, na atualidade há interação ativa com o sistema hegemônico. A ciência sobre ecovilas é recente e multidisciplinar, com frentes de estudos já abertas em vinte Grandes Áreas do Conhecimento, predominantemente em Arquitetura, Urbanismo e Design. Observou-se a necessidade de maior articulação entre estudiosos de diferentes formações profissionais que se dedicam tema para sua efetiva consolidação no contexto científico. |
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