Concepções de filosofia em cursos de pedagogia: análise de projetos pedagógicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gotierra, Andressa
Orientador(a): Mendonça, Samuel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15516
Resumo: A pesquisa investigou concepções de Filosofia em cursos de Pedagogia no Brasil, a partir de Projetos Políticos Pedagógicos de quinze universidades brasileiras, três de cada região do país, uma particular, uma federal e uma estadual. A seleção dos cursos considerou aqueles que obtiveram maior nota no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), durante os anos de 2005, 2008 e 2011. De forma tácita, considerou-se relevante e rigorosa a avaliação do Enade, por isto, supôs-se a qualidade implícita dos referidos cursos. Se a Filosofia é importante e a legislação educacional fundamenta esta asserção, desde a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 ou as Resoluções do Conselho Nacional de Educação/CP, de número 1 e 2, de julho de 2015, respectivamente, o problema da pesquisa consistiu na pergunta: que concepções de Filosofia os cursos de Pedagogia das universidades brasileiras assumem como base de seus Projetos Pedagógicos de Curso? O objetivo da pesquisa consistiu no exame dos Projetos das quinze instituições selecionadas, no sentido de esclarecer as concepções filosóficas explícitas ou tácitas presentes neles. Para isso, houve busca documental nos portais das universidades e procedeu-se à análise das propostas pedagógicas. O material selecionado foi lido e categorizado nos seguintes termos: (i) Filosofia e formação crítica; (ii) Formação dialética do professor; (iii) Filosofia e formação para a autonomia. As categorias foram construídas à luz de clássicos do pensamento pedagógico, Marx e Dewey, bases epistemológicas comuns aos cursos estudados. Os resultados apontaram que os cursos assumem concepções críticas filosóficas em suas matrizes curriculares, no sentido de consolidar uma formação para a transformação social. A presença da Filosofia nos cursos não se reduz à dimensão legal, mas, configura uma concepção de formação que aponta para o perfil do estudante que deseja construir-se, isto é, um professor rigoroso em sua formação, que tenha capacidade de compreender as forças dialéticas da formação docente e das políticas educacionais. Do ponto de vista da estrutura curricular dos cursos, todos contemplam a Filosofia como disciplina, seja a geral ou a Filosofia da Educação. Os conteúdos dos planos curriculares apresentaram clássicos do pensamento filosófico, mas, muitos comentadores. Portanto, pode-se depreender das análises documentais que, sobretudo, as disciplinas relacionadas à filosofia, na tentativa de apresentar diferentes perspectivas filosóficas usaram fundamentações teóricas por meio de manuais didáticos, tornando superficiais as perspectivas que objetivaram apresentar. Além desses manuais, foi percebida também a presença de autores que defendem a perspectiva histórico crítica como sustentação dos cursos, embora os projetos apontassem para perspectiva plural de formação. Evidenciou-se, portanto, que as concepções filosóficas oriundas da perspectiva histórico crítica têm muita influência sobre os cursos de Pedagogia analisados, entretanto, a necessidade em rever os Projetos Pedagógicos se faz necessária, pois na medida que objetivam uma formação crítica e consciente é necessário antes que se proporcione conhecimentos teóricos outros que possibilitem ao professor autonomia na tomada de decisão sobre sua própria prática.