Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ramon Araújo |
Orientador(a): |
Bernardo, Márcia Hespanhol |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15999
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Resumo: |
Cotidianamente os caminhoneiros estão sujeitos a longas jornadas de trabalho, passam vários dias distantes da família, são obrigados a atravessar noites sem dormir e, para executar múltiplas jornadas são obrigados a fazer uso de drogas estimulantes. Considerando que o trabalho ocupa um lugar central na vida dos sujeitos e que repercute diretamente nas condições de vida e saúde, esta pesquisa, de natureza qualitativa, partiu do pressuposto que as condições citadas acima resultam em um cotidiano de trabalho extremamente desgastante. O objetivo deste trabalho foi analisar as características do cotidiano de trabalho de caminhoneiros de rotas longas, a partir de suas próprias perspectivas, e verificar as possíveis relações desse cotidiano com a saúde mental desses trabalhadores. Para tal, esta pesquisa, situada no campo da Psicologia Social do Trabalho, utilizou-se do método etnográfico, com a realização de entrevistas reflexivas e viagens junto com caminhoneiros. A pesquisa permitiu verificar que muitos caminhoneiros se dizem apaixonados pela estrada, mas, por outro lado, o trabalho é extremamente desgastante e pode repercutir diretamente sobre a saúde física e mental. No trabalho de campo, a penosidade e a precariedade dessa atividade se destacaram. Também foram identificados alguns aspectos que caracterizam essa profissão, tais como o afeto dos motoristas com relação ao trabalho; o controle excessivo exercido pelas transportadoras através do rastreador e do celular; o isolamento; o uso funcional de drogas que, em muitos casos, desencadeia o disfuncional; a dificuldade desses trabalhadores de se organizarem coletivamente e as contradições das paralisações realizadas pelos caminhoneiros. Considerou-se que as principais dificuldades da atividade dos caminhoneiros devem-se, principalmente, à forte influência que a lógica capitalista exerce sobre o setor rodoviário de cargas, especialmente no que diz respeito à exploração da mais-valia que obriga os motoristas a cumprir uma extensa jornada de trabalho. |