Indicadores nutricionais em pacientes com doença de alzheimer: relações com fatores clínicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Tamires Barbosa Nascimento dos
Orientador(a): Fonseca, Lineu Corrêa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14902
Resumo: Com o aumento da idade média da população houve incremento de prevalência de afecções neurológicas crônicas, degenerativas, como a Doença de Alzheimer (DA). O aprofundamento do conhecimento dos processos do estilo de vida no que se refere ao estado nutricional e de suas relações com a cognição são de importância para orientação e conduta desses idosos. O objetivo desse trabalho foi analisar o estado nutricional de idosos com DA e sua relação com aspectos clínicos, neurocognitivos, comportamentais e de estilo de vida. Foram avaliados 43 idosos procedentes do ambulatório de Neurologia Clínica do Hospital e Maternidade Celso Pierro (PUC-Campinas) com diagnóstico de DA leve, moderado e grave, segundo o Clinical Dementia Rating (CDR) e 51 controles pareados por idade, gênero, escolaridade e nível socioeconômico, sem história de declínio cognitivo. Os procedimentos foram avaliação clínica, Mini-Exame do estado mental, memória do desenho simples, Fluência Verbal, desenho do relógio, capacidade funcional, Inventário Neuropsiquiátrico (INP), CDR, avaliação socioeconômica, atividade física (Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ versão curta) e sociais, Mini Avaliação Nutricional (MAN), Índice de Massa Corpórea (IMC), Circunferência da Cintura (CC), Circunferência do Braço (CB), Circunferência da Panturrilha (CP), Dobra Cutânea Tricipital (DCT), Dobra Cutânea Subescapular (DCSE), Circunferência Muscular do Braço (CMB), Área Muscular do Braço corrigida (AMBc), Músculo Adutor do Polegar (MAP), Força de Preensão Palmar (FPP) e Impedância Bioelétrica. Foi realizada a comparação entre Grupo Doença de Alzheimer (GDA) e Grupo Controle (GC) com aspectos sociodemográficos, estilo de vida, cognitivos, comportamentais, MAN, indicadores nutricionais e indicadores nutricionais por gênero. Foram feitas comparações entre GC e estágios da DA de acordo com CDR com as variáveis nutricionais, também foram realizadas correlações entre FPP com variáveis antropométricas no GDA e GC e entre variáveis cognitivas e antropométricas no GDA. Com testes estatísticos adequados a situação e nível de significância de 5% em todos os casos. Foi observado que o GDA desenvolve menos atividade social e tem rede de relacionamento menor, é fisicamente menos ativo e tem desempenho inferior nas Atividades de Vida Diária, principalmente nas atividades instrumentais. O GDA apresentou desnutrição com diminuição da ingestão alimentar total e maior ingestão diária de alguns alimentos, na MAN. Entre os gêneros, as mulheres apresentaram diferença em mais medidas antropométricas, com valores menores no GDA. Na comparação entre GC e fases do GDA, houve diferença em algumas medidas com valores menores no GDA grave e maior no GC. Na comparação entre GC e GDA, GC versus GDA leve e moderado e GDA leve e moderado versus GDA grave houve diferença para algumas medidas antropométricas. Não houve diferença entre os estágios leve e moderado. As medidas de composição de Massa Magra (MM) foram menores no GDA. CC e Reatância não apresentaram diferença em nenhuma comparação. Houve correlações entre FPP e variáveis antropométricas nos GDA e não houve entre variáveis nutricionais com aspectos socioeconômicos, comportamentais, INP, atividades sociais e físicas. Os achados da literatura sugerem uma associação significativa entre atividades sociais e de lazer durante a velhice e o menor risco de demência. Na MAN a menor pontuação indica maior deterioração do estado mental. Quanto a alimentação, foi observado que possivelmente o GDA se alimenta com menor quantidade e maior qualidade, sugerindo uma melhor seleção dos alimentos pelo cuidador. Os autores relatam diferença significativa entre IMC nas fases da DA, com redução no IMC no estágio grave comparado ao leve e moderado. No estudo houve maior presença de idosos em risco de desnutrição no grupo com DA quando comparados ao GC, sugerindo que a desnutrição é um fator de risco para a progressão da demência. As variáveis nutricionais foram progressivamente mais comprometidas com o avançar dos déficits cognitivos, pois houve uma tendência a redução de MM com a progressão da DA, sendo mais evidente na transição da fase moderada para o grave.