Afetividade e permanência na educação de jovens e adultos – anos iniciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Buzioli, Josiane Regina de Souza
Orientador(a): Tassoni, Elvira Cristina Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15288
Resumo: A presente pesquisa tem como objeto de investigação a afetividade e as relações de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Baseia-se nos estudos de Henri Wallon, Lev Vigotski e Paulo Freire, assumindo que as situações vivenciadas em sala de aula afetam, a todo o momento, os sujeitos envolvidos. O objetivo é investigar o que afeta os alunos da EJA, anos iniciais, de forma a potencializar a vontade de se manterem estudando, permanecendo na escola por mais tempo, impedindo, consequentemente, a evasão. Parte-se do princípio de que as relações em sala de aula, envolvendo o ensino e a aprendizagem afetam de formas diversas os alunos e podem motivá-los a estudar. Os diferentes modos de afetar vão contribuir para o aluno manter-se estudando ou desistir. Trata-se de uma pesquisa empírica do tipo explicativa, embasada no materialismo histórico-dialético, que considera o conhecimento científico constitutivo da prática social humana. A investigação foi realizada em classes de EJA (anos iniciais), no município de Campinas/SP. Os procedimentos metodológicos para a produção do material empírico foram a observação e a realização de grupos focais. Participaram da pesquisa 31 alunos, matriculados em três classes diferentes. Foram observadas a rotina das aulas e as informações obtidas nessas sessões foram complementadas com outras fontes como o planejamento das professoras, o projeto pedagógico e o caderno dos alunos. Realizou-se um encontro do grupo focal com a participação dos alunos de cada uma das três turmas investigadas. Os encontros foram audiogravados. Após a transcrição do material produzido nos grupos focais, foram realizadas leituras apuradas, dando início ao processo de análise. Optou- se por organizar e interpretar o material transcrito segundo a abordagem teórico-metodológica dos núcleos de significação, baseando-se em Aguiar e Ozella. Tal proposta fundamenta-se em princípios da Teoria Histórico-Cultural, buscando, por meio de um conjunto de procedimentos, apreender os sentidos atribuídos pelos participantes, aos aspectos que emergiram no campo de investigação. As etapas propostas para o tratamento do material empírico são três: a seleção de pré-indicadores, base para a elaboração dos indicadores e posteriormente, dos núcleos de significação. Assim, os núcleos de significação propiciam uma reflexão em tornos dos sentidos atribuídos pelos participantes da pesquisa para as experiências vividas que se relacionam com a EJA, evidenciando modos de pensar, sentir e agir, especialmente referentes à permanência e à evasão. Com a pesquisa, foi possível constatar que o aluno de Educação de Jovens e Adultos vê na escola um caminho de possibilidades para aprender a ler e escrever, para conquistar um emprego melhor, para se sentir inserido em um mundo letrado, participando de atividades culturais valorizadas, como tirar habilitação para dirigir, locomover-se com autonomia pela cidade, além de pertencer a um grupo social que lhes acolha e que oportunize condições de mudanças. Para a modalidade EJA e para os professores que nela atuam, o estudo pode trazer elementos para reflexão e busca de caminhos para a permanência dos alunos e diminuição da evasão, bem como reflexão sobre as relações de ensino e aprendizagem desenvolvidas em sala de aula, sobre as condições de aprendizagem e do aprendiz como um sujeito participativo. Em relação aos participantes, a pesquisa trouxe a possibilidade de socialização de experiências, valorizando o sujeito e sua história de vida. Isso promoveu a tomada de consciência sobre si mesmo, além de aproximar os participantes entre si, contribuindo para a construção de identidades e fortalecimento de vínculos.