Os Asilos-Colônia do Estado de São Paulo: de Patrimônios a Territórios Culturais
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17022 http://lattes.cnpq.br/7073484573533885 |
Resumo: | Entre 1930 e 1960, a política de tratamento dos hansenianos implantada no Estado de São Paulo tornou-se modelo para as demais cidades brasileiras. São Paulo foi um dos estados pioneiros e o último a abolir esta forma de tratamento por isolamento. Porém, o controle sanitário de doenças infectocontagiosas, neste período, não era uma ação isolada, fazia parte de uma série de propostas dos governos estaduais e municipais, que utilizavam a segregação como solução para muitos problemas sociais que poderiam frear o avanço do crescimento e desenvolvimento urbanos, à luz da presença hegemônica da economia agroexportadora cafeeira e da consolidação da cidade como sede do capital financeiro e comercial. A solução por meio da construção de asiloscolônia foi colocada em prática na década de 1920 e são eles os objetos de estudo desta pesquisa. Eles foram pensados para funcionar em rede, de forma que pudessem abranger todas as áreas do estado, divididas em quatro circunscrições do território paulista e em cinco asilos-colônia, implantados em distintas cidades: Santo Ângelo, Padre Bento, Pirapitingui, Cocais e Aimorés. Esses asilos - construídos entre as décadas de 1920 e 1930 – foram tombados pelo Condephaat entre 2016 e 2018. A história desses asilos está ligada a uma sucessão de lugares, o que demandou uma abordagem de estudo de conjunto, mas também uma leitura dos próprios territórios onde estão inseridos, pois, entende-se que esses complexos não se mantiveram alheios aos processos políticos e de planejamento locais. Assim, o objetivo principal da pesquisa foi estudar os asilos-colônia como equipamentos complexos de escala urbanoterritorial. A partir de um levantamento preliminar dos cinco asilos tombados, foram selecionados dois deles para estudos de caso, o Santo Ângelo e o Aimorés, onde se buscou compreender a natureza desses objetos, o modelo e as transformações ocorridas nas formas de tratamento da doença, que culminaram, em muitos casos, em sua obsolescência. Buscou-se avaliar as condições de uso, apropriação e os significados atuais destes complexos, tanto por seu papel no desenvolvimento territorial dos municípios onde estão situados quanto e, principalmente, para as populações locais. A metodologia se apoiou nos métodos histórico-analítico e empírico. O resultado possibilitou a ampliação da discussão sobre os asilos-colônia como complexos urbano-territoriais e apontar novos critérios de apreensão dos significados culturais a eles relacionados, como contribuição à reflexão sobre a preservação dos denominados “patrimônios marginais”. |