Bioprospecção de poliquetas para insumos em maricultura: biodiversidade e composição bioquímica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
Universidade Federal Fluminense (UFF) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845158 |
Resumo: | Os poliquetas estão entre os três principais grupos da macrofauna bentônica. Possuem uma grande variedade de formas e apêndices, o que lhes confere habilidades para habitar diferentes tipos de substratos e obter diferenciados recursos alimentares. Historicamente, sabe-se que são utilizados como isca em comunidades que praticam pesca artesanal e observa-se a expansão dessa atividade no ramo da economia com a exploração desse recurso no ambiente natural, retirando-se toneladas de poliquetas e movimentando milhares de dólares ao redor do mundo. Ademais, os poliquetas têm sido estudados em outras áreas como a maricultura e a biotecnologia marinha, tendo o seu uso na alimentação de espécies comercialmente de valor, principalmente no cultivo de camarões e na biorremediação da matéria orgânica nos efluentes de viveiros de peixes e camarões. Entretanto, o cultivo de poliquetas para atender a demanda desses setores ainda é difícil de estabelecimento e manutenção, fazendo-se necessários estudos sobre a forma de vida, distribuição, reprodução e composição bioquímica dessas espécies e também uma análise em grupos de indivíduos, como os grupos funcionais de alimentação. Este estudo teve como objetivo ampliar o conhecimento da biodiversidade de poliquetas na Enseada dos Anjos, em Arraial do Cabo/RJ, assim como entender a distribuição da sua densidade e dos grupos tróficos relacionando-os às variáveis ambientais e à composição bioquímica desses organismos a partir de grupos tróficos. Foram identificados 103 morfotipos de poliquetas, pertencentes a 51 espécies, 71 gêneros e 31 famílias em um total de 2.300 espécimes coletados. Foram observados 31 novos registros para a Plataforma Continental interna de Arraial do Cabo e seis novos registros para o estado do Rio de Janeiro.A Enseada dos Anjos está estruturada de acordo com a granulometria do sedimento, variando de grãos grossos a finos no sentido sul-norte. A intensidade e sentido do vento parecem influenciar nas correntes marinhas que entram na porção interna da enseada, movimentando as camadas mais superficiais do substrato inconsolidado, determinando a presença de espécies que habitam essa área, mais relacionadas ao grupo trófico depositívoro de superfície. Na estação Cais, protegida da ação direta do vento nordeste pelo quebra-mar do Porto do Forno não é percebida a variação das espécies entre os quatro grupos tróficos, assim como foi observado nas estações Hotel e Tayo. A maior concentração de proteínas foi encontrada no grupo depositívoro. Os minerais que se destacaram em maior quantidade nos organismos foram cálcio, fósforo, ferro e magnésio. O fósforo foi encontrado em valores maiores em animais de hábito carnívoro e os demais minerais em animais de hábito depositívoro. Pode-se concluir que as variações ambientais afetam diretamente a sobrevivência dos poliquetas. Entretanto, a presença de grupos tróficos diversos pode favorecer a sua permanência no ambiente. Em um cultivo de uma espécie, as variações das condições físico-químicas da água ou da velocidade da corrente de água no viveiro podem afetar os organismos ali presentes. A criação de espécies diferentes de um mesmo grupo trófico, por exemplo, depositívoros, pode favorecer não somente a continuidade do cultivo, assim como a melhoria da oferta das espécies como produto ou serviço. Palavras-chave: Grupo trófico, Alimentação, Pesca. |