Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Lobão, Márcio Martins |
Orientador(a): |
Cardoso, Jarí Nóbrega |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844832
|
Resumo: |
O petróleo é uma das mais importantes fontes de energia conhecidas. No Brasil, a maior parte do petróleo é extraída do mar. Em função das características do petróleo brasileiro, das distâncias entre as principais zonas produtoras e os centros de beneficiamento e consumo e dos processos de refino adotados no país, é rotineiro o tráfego de embarcações transportando petróleo e/ou seus derivados. Freqüentemente ocorrem incidentes envolvendo o derramamento de óleo, com danos variáveis ao meio ambiente, algumas vezes sem que seja possível a identificação dos responsáveis. Em ambiente marinho tais derrames podem ser causados por falha humana ou de equipamentos em navios, portos, plataformas e instalações de apoio ou por ações irregulares de lavagem de tanques de embarcações e descarte de óleos usados. A partir de um derrame no mar o óleo passa a sofrer os efeitos da intemperização, conjunto de diversos fenômenos naturais que promovem a degradação do produto, modificando a sua composição e, por fim, retirando-o da superfície marinha. Ainda assim, podem-se ter efeitos deletérios que persistirão por um longo período de tempo no ambiente afetado, dependendo – entre outros fatores – da composição original do óleo. Têm sido desenvolvidas diversas técnicas para a identificação de fontes de derramamentos de óleo no mar, todas com o objetivo de apontar inequivocamente a fonte de um determinado incidente de poluição, mesmo nos casos em que o produto tenha sofrido intemperização. O presente trabalho teve como objetivo a realização de um Estudo de Caso em que foram utilizadas técnicas geoquímicas avançadas de determinação da impressão digital de óleos e interpretação manual e automática de dados, a fim de identificar e caracterizar a origem de um derrame ocorrido na costa brasileira em setembro de 2005. Concluiu-se, com base na determinação dos perfis dos óleos por CG-DIC, que o óleo derramado nas águas da Baía de São Marcos, município de São Luís – MA, era constituído de petróleo bruto levemente intemperizado. Foram ainda realizadas análises para a determinação da razão isotópica do carbono “whole oil”, dos teores de níquel e vanádio e, principalmente, dos perfis de biomarcadores de petróleo, obtidos por CG-EM, tanto do óleo derramado quanto de nove embarcações suspeitas. Foi possível distinguir, tanto com base em parâmetros geoquímicos com elevada capacidade de correlação quanto pela realização do tratamento multivariado de um conjunto viii de razões de diagnóstico desenvolvidas, uma amostra que apresentou elevada similaridade com o óleo derramado, concluindo-se que aquela era a única, dentre as obtidas das diversas embarcações suspeitas amostradas, que poderia ter ocasionado o incidente em estudo. Correlacionando o óleo encontrado a propriedades geoquímicas aceitas pela literatura para inferir possíveis características da sua rocha-geradora, foi possível concluir que o óleo encontrado em São Luís foi gerado a partir de uma rocha-geradora marinha carbonática. O teor de vanádio bastante elevado, que conduziu a um valor para a razão V/Ni não coincidente com nenhum óleo brasileiro conhecido, bem como o elevado teor de terpanos tricíclicos, eliminaram a possibilidade de o mesmo ter sido originado a partir de alguma jazida localizada no Brasil, sugerindo que o mesmo pode ter sido importado da Venezuela, país exportador conhecido por possuir óleos com elevado teor de vanádio. A presença de oleanano, em pequena abundância com relação ao C30ab-hopano, somada a outras características, confirmou que o óleo derramado na Baía de São Marcos era importado. Palavras-chave: Petróleo; Meio Ambiente; Biomarcadores; Impressão digital; Quimiometria; Ciência Forense. |