Pistas químicas em interações ecológicas do Nudibrânquio Cadlina rumia Er. Marcus, 1955 (Mollusca, Gastropoda)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Belmonte, Thalita Dionisio
Orientador(a): Daniela Bueno Sudatti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846398
Resumo: Diversos organismos marinhos utilizam pistas químicas liberadas na água do mar em vários contextos ecológicos, tais como forrageamento, busca por abrigo, encontro de parceiros para acasalamento e fuga de predadores. Os nudibrânquios são gastrópodes marinhos conhecidos por possuírem defesas químicas obtidas diretamente de suas dietas alimentares. Por possuírem baixa acuidade visual, lidam com a percepção quimiosensorial no meio aquático, utilizando os rinóforos e tentáculos orais, para realizar estas diferentes estratégias ecológicas citadas. O objetivo geral desta tese foi avaliar as interações ecológicas do nudibrânquio Cadlina rumia em relações intra- e interespecíficas, com ênfase na biologia comportamental e sinalização química das espécies envolvidas. Foram conduzidos ensaios controlados em laboratório, utilizando aquários em formato Y, a fim de verificar a resposta e o tempo de escolha de C. rumia para reconhecer pistas químicas ou odores liberados na água do mar por: a. sua presa, a esponja Dysidea etheria fresca e submetida à predação; b. seu predador, o caranguejo Pachygrapsus transversus; e c. seus coespecíficos. Também foram realizados ensaios para verificação da existência de interação tritrófica mediada por sinalização química indireta entre o potencial predador do nudibrânquio, o caranguejo P. transversus, C. rumia e sua presa D. etheria. Foi observado que C. rumia se dirigiu a pistas químicas provenientes de sua presa (esponja fresca ou previamente predada) e de seus coespecíficos, e exibiu comportamento de fuga aos odores provenientes do predador P. transversus. Os resultados dos ensaios de interação tritrófica não foram conclusivos, porém, indicaram uma possível interação entre as espécies citadas uma vez que os sinais químicos emitidos por D. etheria predadas por C. rumia mostraram uma tendência a serem reconhecidos pelo caranguejo. Conclui-se que nudibrânquios são hábeis em reconhecer diferentes pistas químicas, sendo esta uma importante estratégia para estabelecimento de interações ecológicas no ambiente natural. Diante dos escassos experimentos referentes à predação sobre nudibrânquios, os resultados de interação tritrófica fortemente encorajam que novos estudos sejam realizados sobre a temática a fim de avaliar os possíveis efeitos no comportamento das espécies de nudibrânquios e suas populações.