Telessaúde como instrumento de triagem nos casos de anquiloglossia.

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Morais, Ana Cristina do Nascimento.
• Orientador(a): Vieira, Alan Araújo.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense (UFF)
• Palavras-chave em Português: Anquiloglossia; Protocolos; Telessaúde; Tecnologia da Informação; Ankyloglossia; Protocols; Telehealth; Information Technology
• Link de acesso: https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846304

Introdução: Anquiloglossia é uma anomalia congênita onde um pequeno tecido embriológico remanescente causa restrição ao movimento normal da língua. A mobilidade inadequada da língua pode alterar as funções de sucção, deglutição e mastigação e, em recém-nascidos, interferir na amamentação. Por isso, sua triagem deve ser precoce, ainda na maternidade, realizada por profissionais capacitados. Entretanto, ainda há carência de tais profissionais, principalmente em regiões economicamente desfavoráveis. Nesse contexto, a telessaúde pode ser considerada um recurso importante. Objetivo: verificar o desempenho do recurso da telessaúde para a triagem de anquiloglossia por meio da utilização do Protocolo Bristol Tongue Assessment Tool (BTAT) e do Protocolo de Avaliação de Anquiloglossia em Bebês Amamentados (TABBY), além de manobras digitais para a visualização do frênulo lingual conforme o Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês. Métodos: Estudo prospectivo de teste diagnóstico e de análise de concordância, onde bebês a termo e saudáveis, nascidos em um hospital militar, no período de setembro de 2021 a setembro de 2022, tiveram suas triagens do frênulo lingual, realizadas nas primeiras 48h de vida, filmadas e posteriormente analisadas à distância por dois fonoaudiólogos experientes. A triagem realizada in loco foi considerada “padrão ouro” e as avaliações à distância foram sistematizadas como normais, necessidade de reavaliação (alteradas ou duvidosas) e inconclusivas. Foi calculado n-amostral mínimo de 165 avaliações e os dados foram analisados quanto à sensibilidade, especificidade e concordância inter e intra-observadores pelo teste de Kappa Simples e Ponderado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição. Resultados: A prevalência de anquiloglossia foi de 14,28% de acordo com o exame padrão ouro (avaliador 1) e de 12,38% e 10,47% pelos exames à distância (observadores 2 e 3, respectivamente). O desempenho da telessaúde foi satisfatório nos diferentes desdobramentos analisados: a sensibilidade variou de 87,06% a 89,61% nos exames realizados remotamente e a especificidade foi 64,08% para o observador 2 e 85,23% para o observador 3. A concordância inter-observador obtida pelo Kappa ponderado foi moderada (0,48). A concordância intra-observador foi moderada para o observador 2 e forte para o observador 3, tanto via Kappa ponderado (0,49 e 0,66) quanto pelo Kappa simples (0,42 e 0,67), respectivamente para os observadores 2 e 3. Conclusão: Os resultados detectados na pesquisa sugerem que, na ausência de um profissional capacitado para a realização da triagem de anquiloglossia in loco, a telessaúde pode ser considerada uma ferramenta promissora para uso em recém-nascidos a termo e saudáveis.