Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Ian Vianna da |
Orientador(a): |
Coutinho, Ricardo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/845436
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Resumo: |
A manutenção de corais e em especial de águas profundas sob condições artificiais e experimentação implicam em alto custo e complexidade, porém é necessária para estudos de impactos das atividades offshore de petróleo e gás. Os resíduos dessas atividades contêm barita como agente de peso (>50%), composto por partículas finas que podem afetar fisicamente esses organismos. No presente estudo, o primeiro objetivo foi manter Lophelia pertusa em sistemas de aquários de recirculaçãode água do mar natural ou artificial, comparando seu sucesso e, em segundo, avaliar os efeitos do sufocamento por barita neste coral através de um experimento realizado em aquários com sistema de recirculação de água. Os corais foram coletados por ROV na Bacia de Santos, a 206-247m de profundidade, durante o Projeto SENSIMAR-PETROBRAS. As colônias foram aclimatadas por 80 dias antes dos experimentos em sistemas de aquários de água do mar sintética filtrada (0,5µm) de 700L e 300L, com salinidade (35±1) e temperatura (12±1°C) controladas, e no escuro. O experimento foi conduzido em aquários de 23L em forma de cone, adaptados a um sistema de recirculação de água individual (12L.h-1), utilizando água do mar sintética. Cada exposição a partículas de barita em suspensão (50 e 100mg.L-1) mais um grupo controle foram mantidos em triplicata. Três fragmentos com 3-8 pólipos foram acomodados verticalmente nos aquários e aclimatados por 7 dias antes do início dos experimentos. Eles foram alimentados três vezes por semana com 300 náuplios recém eclodidos (<24h) de Artemia sp. por litro. O delineamento experimental simulou dois ciclos de descarga, seguidos de um ciclo de recuperação de 7 dias cada, totalizando 35 dias. A barita foi adicionada continuamente com uma bomba peristáltica (0,18 L.h-1). A sobrevivência foi verificada após o experimento. Três pólipos em cada fragmento (9 por tratamento) foram monitorados duas vezes por dia em relação aos níveis de comportamento (1 = pólipos total ou parcialmente estendidos; 0 = totalmente retraídos). Em relação ao uso de água do mar sintética no sistema de manutenção, apresentou resultados promissores para L. pertusa. Após 35 dias, a sobrevida total do pólipo no controle foi de 100% (n = 47), enquanto em 50mg.L-1 e 100mg.L-1 foram de 94,2% (n = 52) e 93,6% (n = 47), respectivamente, sem diferença significativa entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 1,1667; p = 0,558). A atividade do pólipo foi diferente entre os tratamentos (Kruskal-Wallis qui-quadrado = 142,83; p <2,2e-16), com ambos os aquários expostos exibindo maior atividade que o controle, o que provavelmente está relacionado ao comportamento natural de limpeza de L. pertusa. A produção de muco foi observada após o primeiro ciclo de descarga em ambos os tratamentos, e nenhum no controle, o que também está possivelmente relacionado ao comportamento de limpeza do coral. L. pertusa mostrou tolerância à sedimentação de barita. O sistema de recirculação projetado para este experimento foi adequado para a exposição à barita. |