Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
FURQUIM, FABIANA CRISTINA |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/32103
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Resumo: |
As interações medicamentosas são consideradas um problema de saúde pública. Podem causar efeitos potencialmente danosos aos pacientes, podendo resultar danos permanentes, piora clínica, aumento de hospitalizações e do tempo de internação. A maioria dos estudos sobre interações medicamentosas avaliam somente as potenciais interações medicamentosas, não analisando se as mesmas ocorreram ou não no paciente. Assim, este estudo é o pioneiro no Brasil em analisar a incidência de interações medicamentosas reais em pacientes internados em um Hospital Municipal de baixa complexidade, em Mato Grosso. Foram avaliados 300 pacientes, com idade entre 12 a 95 anos de idade, utilizando-se uma ficha para acompanhamento farmacoterapêutico. Para essa avaliação foi utilizado o software MICROMEDEX® Healthcare Series, que classifica as interações de acordo com a severidade e evidência documental. Após esse primeiro passo, houve um acompanhamento farmacoterapêutico diário, através de anamnese farmacêutica e análise de exames de diagnósticos e laboratoriais, a fim de verificar se as potencias interações descritas pelo software, realmente ocorreram nos pacientes internados. Foram identificadas 2.671 potenciais interações medicamentosas e constatou-se que 28,42% (n=759) dessas interações realmente aconteceram em 87 pacientes (29%), com média de 8,72 interações/paciente. Dentre os pacientes que apresentaram interações, 62,07% (n=54) possuía mais que 60 anos. Nessa faixa etária também foram identificadas 61,27% de todas as interações reais observadas no estudo. E 70% dos pacientes que possuíam mais que 11 medicamentos prescritos, tiveram pelo menos uma interação medicamentosa. Assim, observa-se associação positiva entre idade e número de medicamentos prescritos e a ocorrência de interações medicamentosas (p<0,0001). A maioria dos pacientes que apresentaram interações foi diagnosticada com Doenças do Sistema Circulatório (22,99%), todavia não houve correlação estatisticamente significativa com a incidência de interações, do mesmo modo que com o gênero (p>0,05). A maioria das interações que ocorreram foram de severidade moderada 86,56%. Outro fato curioso constatado foi que a maioria das interações reais observadas tinha documentação fraca, quebrando o paradigma que se o nível de evidência é baixo a interações tem pouca probabilidade de ocorrer, alertando para a necessidade de se considerar todas as possibilidades de interações. Portanto, este estudo demonstra a necessidade da equipe de saúde se atentar para o fato que as interações medicamentosas são de suma importância para o tratamento farmacológico de qualidade aos pacientes internados, que na maioria das vezes estão expostos à polifarmácia, e mostra também a necessidade do fortalecimento da Farmácia Clínica no Brasil. |