CULTURA DE HORTALIÇAS NÃO CONVENCIONAIS: GERMINAÇÃO, CRESCIMENTO E CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: PINA, JOSÉ CARLOS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/30465
Resumo: Hortaliças não convencionais estão presentes em determinadas regiões, como parte da cultura da população local, porém, devido a mudanças no comportamento alimentar das pessoas, aos poucos, tornaram-se esquecidas ou desvalorizadas. A redução do consumo dessas fontes de alimento tem levado a perdas da diversidade genética, sociais e culturais. A busca do conhecimento referente à estas plantas, como o estudo de suas características, sugerem benefícios nutricionais e de novos produtos antioxidantes naturais para alimentação humana. Desta maneira, essa pesquisa se enquadra na linha de pesquisa do Programa: Sociedade, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável. Objetivou-se com este trabalho avaliar o cultivo de duas espécies de hortaliças não convencionais, Lagenaria siceraria (Molina) Standl. (Cucurbitaceae) e Basella alba L. (Basellaceae), devidamente cadastradas no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado – SisGen. A germinação e o crescimento inicial das plântulas do Caxi foram conduzidos no Laboratório de Pesquisas em Sistemas Ambientais e Biodiversidade (LabPSAB). Após determinar o teor de água, as sementes foram distribuídas em quatro repetições com 25 sementes cada, utilizando-se caixas transparentes (11x11x3,5 cm), e colocadas em câmara de germinação até não mais apresentarem geminação. Foram combinadas seis temperaturas (quatro constantes: 20, 25, 30 e 35 °C e, duas alternadas: 20-30 e 25-35 °C) com três substratos (sobre e entre papel e, sobre vermiculita); para as sementes orgânicas e convencionais utilizou-se apenas substrato vermiculita nas temperaturas 25 e 30°C. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. Foram avaliadas a porcentagem de germinação, tempo médio de germinação (TMG), índice de velocidade de germinação (IVG), comprimento da raiz, da parte aérea, e massa seca das plântulas. Os resultados indicaram que as sementes de Lagenaria siceraria apresentaram uma maior taxa de germinação e plântulas maiores, quando germinadas e crescidas inicialmente na temperatura de 30 °C, sobre vermiculita. À campo, a espécie L. siceraria foi cultivada em dois sistemas: convencional, com adição de adubação química associada à substrato orgânico (vermicomposto) e o manejo de ervas daninhas com herbicida; o cultivo orgânico, sem adição de fertilizante químico ou herbicida. As análises dos compostos fenólicos totais e dos flavonoides dos frutos de Lagenaria siceraria, foram realizadas por meio da fitoquímica clássica no Laboratório de Produtos Naturais, e também, foi efetivado a avaliação biométrica dos frutos secos e sementes. O cultivo orgânico apresentou a melhor resposta em relação ao cultivo convencional em todos os parâmetros avaliados; foi detectado no cultivo convencional duas classes de metabólitos a mais que o cultivo orgânico (Antraquinonas e saponinas), como também, maior teor de carotenoides, teoricamente, atribuídos à resíduos do herbicida aplicado. A espécie Basella alba foi reproduzida por meio de propagação assexuada, com estaquias de 6 a 8 mm x 15 cm. Foram testados 8 substratos, proporções de 70%+30% e 30%+70%, utilizando Neossolo Quatzarênico Órtico, Latossolo Vermelho Distrófico, vermicomposto e substrato comercial. Após 90 dias do plantio, foram avaliados o comprimento da raiz, parte aérea, massa fresca, atributos químicos dos substratos, e análise fitoquímica das folhas. Os resultados relativos à Basella alba, o substrato comercial (70%) associado a vermicomposto (30%) (T4) resultou em melhor rendimento em todos os parâmetros avaliados. A maioria dos tratamentos apresentou quantidade expressiva de heterosídeos cardiotônicos, motivo de cautela, com exceção de T6 (70% de substrato comercial e 30% de Latossolo), que se mostrou mais adequado para o consumo devido ao baixo teor deste composto. T2 e T7 foram mais eficazes na produção de antioxidantes. De modo geral, a ingestão de Basella alba de maneira contínua deve ser cauteloso; é necessário a realização de estudos sobre os efeitos clínicos para padronização do consumo sem risco a saúde humana, principalmente, em pacientes com histórico de insuficiência cardíaca