Efeito da amamentação prolongada na metilação global do DNAe no desenvolvimento neurológico do lactente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MÓVIO, Cristiane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/67365
Resumo: O leite materno é de fundamental importância para sobrevivência e qualidade de vida da criança e seus benefícios se estendem até a vida adulta. A amamentação é um processo fisiológico em que o leite materno dispõe de todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado do lactente; quanto mais se estende seu tempo de duração, mais nutrientes ficam disponíveis ao lactente, maior será o fortalecimento imunológico e melhor o seu desenvolvimento durante a vida. Entre os possíveis mecanismos biológicos responsáveis pelos efeitos positivos da amamentação estão as modificações epigenéticas, incluindo a metilação do DNA, sugerida como potenciais mediadores dos efeitos das exposições no início da vida sobre os resultados de saúde posteriores. Objetivos: Analisar a metilação global do DNA e o desenvolvimento neurológico em um grupo de lactentes amamentados exclusivamente com leite materno em comparação com um grupo de lactentes alimentados por leite artificial, ou seja, a fórmula infantil, na faixa etária entre 12 e 24 meses de idade. Métodos: Trata-se de um estudo caso controle constituído por 29 lactentes de um e dois anos de idade, sendo que 22 foram amamentados exclusivamente e continuam em aleitamento materno e 7 foram alimentados por leite artificial, fórmula infantil normal, sem nenhuma fórmula específica para determinadas alergias. Os lactentes tiveram seu DNA extraído a partir de leucócitos do sangue periférico. Estimou-se a porcentagem de metilação global do DNA por meio do kit de quantificação do DNA metilado e aplicou-se o teste Denver II para avaliar o desenvolvimento neurológico do lactente para os domínios: pessoal-social, motor fino adaptativo, linguagem e motor grosseiro. As comparações entre as variáveis quantitativas foram feitas com testes t não pareados ou teste de Mann-Whitney; as correlações foram feitas por meio das correlações de Pearson ou Spearman. A significância foi adotada como p<0,05. Resultados: Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre as médias de metilação global do DNA entre os grupos avaliados (p=0,02), sendo que o grupo em aleitamento materno exclusivo apresentou menor porcentagem na metilação global (59,41%) em comparação ao grupo que foi alimentado por fórmula artificial (71%). No domínio do desenvolvimento social do teste de Denver II, 100% dos lactentes apresentaram resultados dentro do esperado para idade; no domínio adaptativo 90,9% dos lactentes amamentados exclusivamente apresentaram movimentos previstos para a idade, 57,1% apresentaram movimentos adequados para a idade entre os alimentados por fórmula artificial. No domínio do motor grosseiro, 9,1% dos lactentes amamentados exclusivamente apresentaram déficit, 42,9% dos alimentados por fórmula artificial demonstraram atrasos. No domínio da linguagem, 95,5% dos amamentados exclusivamente apresentaram resultados dentro dos padrões de normalidade, e 42,9% dos lactentes alimentados por fórmula artificial estão adequados mediante a idade cronológica; 4,6% dos lactentes amamentados exclusivamente apresentaram déficit, lactentes alimentados por fórmula artificial não apresentaram déficit; 4,5% dos lactentes amamentados apresentaram atraso na linguagem, e entre os alimentados por fórmula infantil 57,1% apresentaram atraso nesse domínio. Conclusão: Lactentes em aleitamento materno exclusivo apresentaram menor porcentagem de metilação global de DNA e melhores escores dentro do esperado para idade no desenvolvimento neurológico relacionado ao teste de Denver II, já os alimentados por fórmula artificial apresentam maior porcentagem de metilação e atraso nos domínios adaptativo, motor grosseiro e linguagem. Sugere-se que sejam realizados estudos com maior amostragem e em diferentes populações a fim de confirmar os resultados obtidos neste estudo.