CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-FUNCIONAL E OCORRÊNCIA DE RECIDIVA EM PACIENTES COM HEMATOMA SUBDURAL CRÔNICO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: HADDAD, Marcelo Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsscogna.com.br//handle/123456789/64458
Resumo: Os hematomas subdurais crônicos (HSDC) são alterações na prática neurocirúrgica, acometendo principalmente idosos e apresentando geralmente altas taxas de mortalidade. Além disso, há resultados controversos sobre os fatores etiológicos relacionados e seus possíveis desfechos, tais como recidiva. Desta forma, este estudo objetivou caracterizar o perfil clínico-funcional de indivíduos com hematoma subdural crônico e identificar possíveis fatores relacionados à recidiva nesta população. Para tanto, foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, no qual foram incluídos prontuários de 85 adultos com diagnóstico de HSDC atendidos em hospital terciário do município de Londrina-PR durante os últimos 36 meses. Foram levantados dados demográficos (idade e gênero), uso de medicamentos, cronicidade do hematoma e lateralidade. Para análise do comprometimento neurológico e funcional, utilizou-se a Escala de Coma de Glasgow e a Escala de Markwalder. Como desfecho primário, foi definido a ocorrência ou não de recidiva do hematoma em um período de até 180 dias. Os pacientes incluídos apresentavam média da idade de 71,7 ± 15,5 anos, sendo 63 (74,1%) pacientes do gênero masculino e 22 (25,9%) do gênero feminino. Quanto às características do hematoma, 44 (51,9%) eram hematomas com menos de um mêse quanto à lateralidade 19 (22,4%) eram hematomas bilaterais. Em relação à taxa de recidiva, verificou-se a ocorrência de recidiva global em 14 casos (16,5%). Na amostra, 11 pacientes (12,9% dos casos) evoluíram para óbito, sendo a maior prevalência em idosos (13,8%). Verificou-se melhora do quadro neurológico após a intervenção cirúrgica segundo a Escala de Coma de Glasgow (Mediana na admissão: 14 versus Mediana na alta: 15, Teste de Wilcoxon, p=0,01), assim como melhora do déficit funcional pela Escala de Markwalder (Déficit na admissão: 66% para déficit na alta: 34%, Teste de McNemar). Verificou-se que idosos apresentam três vezes mais chance (OR: 3,04, IC 95%: 1,35 – 26,24, p=0,03) de desenvolverem recidiva do hematoma. Além disso, observou-se que pacientes com hematomas bilaterais apresentam quatro vezes mais chance (OR: 4,05, IC 95%: 1,19 – 14,38, p=0,02) de apresentarem recidiva. Considerando estes resultados, pode-se concluir que a idade e bilateralidade do hematoma são os principais fatores relacionados à recidiva do hematoma subdural crônico. Contudo, estudos adicionais multicêntricos são necessários para confirmar esta hipótese.