Variações multidecenais da precipitação na Colômbia e na Bacia do Prata e suas relações com os jatos de baixos níveis
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Clima e Ambiente - CLIAMB
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/13018 http://lattes.cnpq.br/2952672232849832 |
Resumo: | A hipótese investigada nessa Tese é que variações naturais de baixa frequência, associadas à Oscilação Multidecenal do Atlântico (AMO) podem ter uma forte influência sobre o comportamento médio da precipitação e vazão sobre as bacias do Choco Biogeográfico Colombiano (CBC) e sobre os eventos extremos de precipitação sobre a Bacia do Prata (LPB) impulsionadas por mudanças nos jatos de baixos níveis (LLJs) na América do Sul. Para isso, foram utilizadas interpolações espaciais e validação cruzada, testes de tendência e homogeneidade, Análises de Componentes Principais (PCA), índices extremos de precipitação e análises de composições. As principais contribuições de esta investigação foram: i) as interpolações permitiram examinar os dados e características da precipitação média anual e sazonal para as duas áreas de estudo; através da validação cruzada de métodos geoestatísticos multivariados e determinísticos, Cokriging com o modelo esférico (Gaussiano) foi identificado como o melhor interpolador da precipitação na região do CBC (na LPB), usando a elevação como variável secundária; ii) sobre a influência da Oscilação Multidecenal do Atlântico (AMO) na variabilidade do Jato do Choco (CJ) e do Caribe (CLLJ), se observa o aumento do vento zonal no centro do CJ durante Setembro-Novembro (SON), reforçado após de 1997, associado as anomalias negativas da temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Pacífico tropical e positivas no Mar do Caribe e no Atlântico Norte Tropical (TNA) que enfraquecem (intensificam) o CLLJ (CJ), aprimorando o transporte de umidade para a região central e oeste da Colômbia e aumentando as precipitações. Os resultados indicam que a combinação da fase fria da PDO (CPDO) e a quente da AMO (WAMO), definem um background de baixa frequência, o que afeta a variabilidade climática interanual, e podem influenciar o CJ e as precipitações na Colômbia; iii) variações da vazão na Bacia do Rio Atrato (ARB) durante o período de 1965-2015, considerando as fases fria (1965-1994) e quente (1995-2015) mostraram o aumentou após 1994. O Atlântico tropical quente durante a WAMO intensifica a circulação de Walker, causando movimento ascendente no norte e noroeste da América do Sul, o que contribuiu para as anomalias positivas de chuva e aumento da vazão na ARB; iv) a validação sazonal do conjunto de dados de precipitação de CHIRPS (Climate Hazards Group Infrared Precipitation with Stations) para a LPB, através de PCA, indicou que o conjunto de dados CHIRPS v.2 captura os padrões espaciais e a variabilidade em diferentes escalas de tempo na LPB; v) foram observadas tendências positivas na precipitação total em dias úmidos (PRCPTOT) e no número de dias de precipitação intensa (R10mm) na região sul da LPB (S-LPB) durante SON, e tendências positivas de dias secos consecutivos (CDD) no norte da LPB (N-LPB) durante Junho-Agosto (JJA). Uma mudança positiva no R10mm após de 1999 é identificada durante SON em S-LPB, associada com: teleconexões com o dipolo positivo do Oceano Indico (IOD), que gera uma perturbação extratropical de onda de Rossby no hemisfério sul que se estende em direção ao sudeste da América do Sul e configura um ciclone barotrópico sobre o sul do continente, favorecendo o transporte de umidade do noroeste e centro da Amazônia para o sul e oeste da LPB; e aumento do fluxo de umidade para a LPB devido ao aquecimento no Atlântico sudoeste. Um aspecto importante discutido aqui é que as condições do estado médio da baixa frequência são moduladas pela Oscilação Multidecenal do Atlântico (AMO). Os resultados, bem como os métodos propostos, são de interesse para o monitoramento e previsão climática de baixa frequência, a gestão dos recursos hídricos e o risco hidrometeorológico em duas regiões de especial interesses ambiental e econômico na América do Sul. |