Avaliação dos impactos da atividade de piscicultura em tanques-rede sobre as emissões de gases de efeito estufa no reservatório da UHE de Balbina, Amazonas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Franco, Diana Sarmento
Orientador(a): Forsberg, Bruce Rider
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12585
http://lattes.cnpq.br/4204896059730409
Resumo: A piscicultura em reservatórios artificiais vem crescendo no país e os impactos provenientes dessa prática precisam ser avaliados para evitar danos ao ecossistema. Um dos impactos previstos é o aumento da emissão de gases de efeito estufa (GEEs), metano (CH4) e gás carbônico (CO2) associado ao aumento de carga de material orgânico ao sistema. O Governo do Amazonas, desde 2007, estuda a implantação da piscicultura no lago da usina hidrelétrica de Balbina, município de Presidente Figueiredo a 170 km de Manaus AM, onde já existe um projeto piloto com 8 tanques. Este trabalho objetivou avaliar os impactos da piscicultura em tanques-rede sobre as emissões de CH4 e CO2. Para este estudo foram feitas medidas de emissão difusiva e ebulitiva de GEEs entre fevereiro a maio de 2013. A emissão difusiva foi medida utilizando câmaras estáticas flutuantes, onde uma série temporal de amostras (15 minutos total) de gás foi coletada com seringas de 60 ml e armazenada em frascos de 30 ml. A emisssão ebulitiva foi medida com funis invertidos, submersos, incubados por um período de 24horas. Todas as amostras de gás foram analisadas para CH4 e CO2 por Cromatografia Gasosa, no INPA em Manaus. O fluxo difusivo de CH4 variou de 0,003 a 189 mgC/m2/dia com média de 8,47 mgC/m2/dia e o fluxo de CO2 variou de -1,65 a 183.518 mgC/m2/dia com média de 6.354 mgC/m2/dia. Não houve diferença significativa nos fluxos difusivos entre as áreas de controle e tanques - rede. O fluxo ebulitivo de CH4 variou ente 1,23 e 7,01 mgC/m2/dia e o de CO2 variou de 0,005 a 0,110 mgC/m2/dia na área de tanque rede. O fluxo ebulitivo de CH4 na área de tanque - rede foi significativamente maior do que aqueles medidos em outras partes da represa, enquanto o fluxo de CO2 não foi significativamente diferente. Não havia zonas anóxicas na coluna de água nos dois locais (tanque rede e controle) nem diferenças significativas nas concentrações de CH4, CO2, oxigênio, temperatura, pH ou condutividade entre eles. A homogeneidade relativa entre os locais foi o resultado de intensa mistura vertical e horizontal e explica a similaridade das emissões difusivas encontradas. A maior emissão ebulitiva de CH4 no local de tanque-rede reflete o maior acumulo de detritos orgânicos nos sedimentos desta área. Os resultados mostraram o papel importante da hidrodinâmica em minimizar os impactos dos tanques-rede na coluna de água. Porém o impacto dos resíduos sólidos que acumulam embaixo dos tanques foi significativo e terá que ser considerado nos esquemas de futuros sistemas de piscicultura.