Comunicação acústica de tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa (Schweigger, 1812), Testudines: Podocnemididae) na Reserva Biológica do Rio Trombetas, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ferrara, Camila Rudge
Orientador(a): Vogt, Richard Carl
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11459
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4745314A8
Resumo: Na Amazônia brasileira, os quelônios são uma das principais fontes de proteína desde a época do império português. Apesar da existência de vários projetos de conservação e manejo e do avanço das pesquisas científicas, algumas perguntas não puderam ser respondidas, devido à falta de transparência dos rios amazônicos. Neste sentido, a bioacústica constitui numa importante ferramenta alternativa para a análise indireta das populações naturais. A descrição das características dos sons produzidos pelos quelônios e sua associação à morfologia do ouvido intensificam o conhecimento das espécies do grupo e das relações que se estabelecem entre os seus indivíduos e o ambiente. O objetivo deste trabalho foi descrever o repertório vocal da P. expansa e associá-lo ao comportamento durante o período da desova e em seu primeiro ano de vida e caracterizar a morfologia do ouvido. Em 420 h de gravação na natureza e no cativeiro de adultos, subadultos e filhotes de P. expansa, foram gravados 2253 sinais. Com base em características aurais e espectrais os sinais, foram classificados em 11 tipos de sons que ocorreram em quatro contextos de gravação: água, ovo, ninho e superfície. Os filhotes e adultos apresentaram uma maior diversidade de sons quando comparado aos subadultos; a frequência de maior energia dos filhotes foi mais aguda que o dos subadultos e adultos. A categoria de comportamento desova apresentou a frequência de vocalização mais aguda, em relação às outras categorias de comportamento. Ao longo do primeiro ano de vida de P. expansa, foram observadas mudanças em relação à frequência de vocalização e o repertório vocal. Os resultados da rádio telemetria com adultos e filhotes e das gravações sonoras também com adultos e filhotes, indicaram uma possível interação social entre fêmeas e filhotes póseclosão. Vinte cabeças de filhotes de P. expansa foram descalcificadas para análise anatômica e histológica das estruturas do ouvido médio e interno, apontando que algumas estruturas do ouvido dos filhotes ao nascerem ainda estão em processo de ossificação. Os resultados desta tese indicam que P. expansa possui um complexo repertório vocal utilizado por adultos, subadultos e filhotes tanto dentro como fora da água. Filhotes eclodem com o ouvido formado, sugerindo que a comunicação sonora seja importante desde o nascimento.