Desenvolvimento embrionário de Podocnemis expansa (Testudines: Podocnemididae): descrição do pronefro e mesonefro e diferenciação gonadal em ambiente natural, Balbina, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Magalhães, Marcela dos Santos
Orientador(a): Vogt, Richard C.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11491
http://lattes.cnpq.br/4377486940988870
Resumo: Esse trabalho teve como objetivo descrever o desenvolvimento dos caracteres morfológicos externos do embrião, do pronefro e mesonefro e a diferenciação gonadal em Podocnemis expansa em ambiente natural, Balbina, Amazonas. Para tal, foram selecionados aleatoriamente dez ninhos de P. expansa em uma praia artificial em Balbina, Amazonas, e coletados embriões diariamente durante todo o período de incubação. Foram realizadas análises macroscópicas com auxílio de estereoscópio e por microscopia de luz com inclusão em parafina e paraplast e coloração com Hematoxilina e eosina. Além de análises por microscopia eletrônica de transmissão e de varredura e imunohistoquímica para citocromo P450 aromatase. O período termosensível (TSP) do desenvolvimento embrionário para determinação do sexo foi calculado a partir da norma de reação para o crescimento embrionário. O período de incubação foi de 58 a 64 dias, com temperatura média de incubação do ninho de 30,3ºC. As principais características utilizadas para descrição e comparação do desenvolvimento embrionário foram: desenvolvimento dos olhos, processo mandibular, membros, carapaça e plastrão. A partir das descrições foram propostos 26 estádios para P. expansa. Ao longo do desenvolvimento embrionário de P. expansa, o pronefro foi visualizado pela primeira vez no 5º dia do desenvolvimento, sendo composto por glomérulos externos desprovidos de uma cápsula, protusos para a cavidade celomática e internamente composta por uma rede de capilares. E aos 23 dias do desenvolvimento o pronefro já estava degenerado. O primeiro indício do aparecimento do mesonefro ocorre por volta do 7º dia de incubação pelo início da formação dos corpúsculos renais. O mesonefro foi composto pelos corpúsculos renais, segmento curto, túbulo proximal, túbulo distal, segmento intermediário, túbulo coletor e ducto coletor. A partir do 20º dia ocorre um aumento significativo da largura e do número de glomérulos do mesonefro, e a partir do 40º dia é observada diminuição contínua desses parâmetros, o que indica degeneração. O TSP variou entre 24° e 42° dia de incubação no ninho 4, a 32º e 51º dia de incubação no ninho 1. No desenvolvimento gonadal as células germinativas primordiais (CGPs) só foram visualizadas a partir do 5º dia de incubação, no momento em que elas se encontravam no saco vitelino e entre os dias 5 e 10 de incubação foi possível observar a migração das CGPs a partir do saco vitelínico em direção a região ventromedial da parede do mesonefro presuntivo (região da crista genital). No 14º dia CGPs se estabeleceram na região ventromedial do mesonefro dando início a formação da gônada indiferenciada, sendo identificada duas regiões distintas, a região cortical externa caracterizada pela presença de CGPs, e a região medular interna onde os cordões sexuais primitivos foram presentes. A partir do dia 35 de incubação foi possível identificar mais claramente, através da microscopia de luz, a organização da gônada em testículo, enquanto a diferenciação em ovário foi observada com 36 dias de incubação. Até os 33º dia foi observada baixa imunoreatividade a aromatase nas gônadas e mesonefro. A marcação se intensificou, após a metade do início do período termosensível e após a diferenciação gonadal. Aos 45 dias, o ovário apresentou epitélio de revestimento e tecido intersticial fortemente marcado, enquanto nos testículos essa marcação positiva foi restrita as células intersticiais entre os túbulos seminíferos. Ao longo desenvolvimento embrionário em ambiente natural o tempo de aparecimento e desaparecimento das estruturas em P. expansa foi geralmente mais avançado do que em outras espécies de quelônios. O pronefro durou aproximadamente 13 dias e apresentou características funcionais, mesmo que por um curto período. Enquanto que o mesonefro foi o rim embrionário e permaneceu funcional mesmo após a eclosão. O TSP começou após o início no terço médio e só terminou no último terço do desenvolvimento, e o início da diferenciação do testículo não variou significativamente em relação ao ovário.