Malária no Maranhão: aspectos bioecológicos de espécies de Anopheles Meigen, 1818 e dinâmica de transmissão nos municípios de Buriticupu e São José de Ribamar.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barros, Vera Lúcia Lopes
Orientador(a): Tadei, Wanderli Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12308
http://lattes.cnpq.br/1707536612184874
Resumo: No presente trabalho foram realizados estudos entomológicos nos municípios de Buriticupu e São José de Ribamar, no estado do Maranhão, objetivando conhecer parâmetros entomológicos, relacionados com a dinâmica de transmissão da malária e seu controle. Coletas de mosquitos foram realizadas no intra, peri e extradomicílio das 18h às 06h, no período de 2006 a 2011. Realizaram-se também coletas das formas imaturas e foram obtidos dados sobre densidade das espécies de anofelinos, diversidade de macrófitas e dados limnológicos, com ênfase nos aspectos físico e químicos da água. Os alados foram analisados quanto à infecção por plasmódio e quanto ao diagnóstico do sangue ingerido. No município de Buriticupu foram coletadas nove espécies e 2.832 exemplares no total. Considerando as espécies mais frequentes, Anopheles darlingi representou 63,59% da amostra, Anopheles albitarsis lato sensu 22,96% e Anopheles oswaldoi 5,67%. Quando se considera as coletas no intra, no peri e no extradomiclio verifica-se que as três espécies mostraram percentuais muito próximos, nos três ambientes, respectivamente, cerca de 23%, 53% e 22%. Na área litorânea de São José de Ribamar foram coletados apenas 75 exemplares de adultos, sendo 35 exemplares de A. aquasalis, 23 de A. albitarsis lato sensu e cinco de A. darlingi. Em relação às formas imaturas, em Buriticupu foram capturados 130 espécimes e A. darlingi representou 60% da amostragem e A. albitarsis lato sensu 24,61%. Em São José de Ribamar foram capturadas 62 larvas sendo 61,29% de A. aquasalis e 22,59% de A. albitarsis. Os dados da preferência alimentar mostraram que A. darlingi e A aquasalis tinham maior relação com o hospedeiro humano. Os resultados da PCR foram positivos para Plasmodium vivax e P. falciparum e foram detectados espécimes infectados de A. darlingi, A. albitarsis lato sensu, A. oswaldoi e A. nuneztovari. Os valores da Taxa Mínima de Infecção (TMI) das quatro espécies foram 2,8, 2,2, 4,6 e 8,3, respectivamente. Considerando-se as duas localidades estudadas, A. darlingi, A. aquasalis, A. albitarsis lato sensu e A. oswaldoi foram encontradas predominantemente no peridomicílio e mostraram comportamento de antropofilia e zoofilia. Estas espécies mostraram comportamento eclético entre os hospedeiros. Na Ilha de São Luis a densidade de Anopheles foi baixa, mas a área é endêmica da doença e a presença de A. darlingi foi novamente detectada, após ter sido registrada em 1940. Na caracterização dos criadouros, quanto à vegetação associada, detectaram-se cinco gêneros em cada município, sendo apenas o gênero Nymphaea comum às duas localidades.