Uso de clareiras por aves na Amazônia Central: uma abordagem quantitativa considerando detecção imperfeita
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11867 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4489899U6 |
Resumo: | A imensidão da floresta Amazônica cria uma falsa aparência de homogeneidade; no entanto, os organismos da floresta não ocorrem com a mesma probabilidade em todos os locais. Clareiras, em dinâmica de sucessão desde a caída da árvore até o desaparecimento completo da abertura no dossel, criam variação espacial na densidade da vegetação e são importante fonte de heterogeneidade de habitats no interior da floresta. Com o objetivo de entender os efeitos da heterogeneidade de habitat no uso do habitat e na distribuição local de espécies de aves, nós investigamos diferenças de ocupação por aves em áreas de floresta fechada e de clareiras. Testamos previsões sobre ocupação diferencial para 61 espécies de aves de floresta de terra firme na Amazônia Central, norte de Manaus, Brasil. Especificamente, testamos como a ocupação de cada tipo de habitat deve variar entre três categorias pré-determinadas de uso de habitat pelas espécies. Utilizamos gravadores autônomos para coletar dados em 57 pontos de floresta fechada e 50 pontos de clareiras no período de Junho a Outubro de 2010. Nosso contexto analítico, um modelo hierarquico de comunidade que considera a possibilidade de haver falhas na detecção, permitiu inferências robustas sobre diferenças de ocupação entre tipos de habitat, espécies e grupos de espécies. Num senso amplo, nossos resultados não confirmaram as previsões sobre diferenças de ocupação entre os grupos. Em geral, os grupos hipotéticos favorecem clareiras , evitam clareiras e neutro apresentaram probabilidade de ocupação similar dentro do mesmo habitat; apenas um grupo teve ocupação diferente entre os tipos de habitat. No nível específico, apenas 25% das espécies investigadas corroboraram nossas previsões sobre diferenças de ocupação entre habitats. O grupo hipotético que favorece clareiras teve as maiores probabilidades de detecção em ambos os habitats. Curiosamente, o grupo hipotético que evita clareiras teve maiores probabilidades de detecção em áreas de clareira do que em floresta fechada. Espécies neutras , previstas para ocupar qualquer tipo de habitat com a mesma probabilidade, tiveram as maiores probabilidades de detecção em floresta fechada dentre os grupos. De modo geral, as classificações ornitológicas de preferência de habitat utilizadas para formar nossas previsões sobre ocupação não corresponderam a nossas estimativas de campo. Tais resultados ressaltam a necessidade de se testar essas classificações amplamente aceitas de preferência por habitat. Os resultados ressaltam ainda a utilidade de modelos hierárquicos de comunidade para testar hipóteses sobre grupos de espécies. |