Quantificação de um critério de conservação: raridade de aves de terra firme em uma floresta na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Cerqueira Junior, Marconi Campos
Orientador(a): Oliveira, Gonçalo Nuno Côrte-real Ferraz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11823
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4716716D2
Resumo: A distinção entre quais espécies são raras e quais são comuns é fundamental tanto em pesquisa como em conservação. Entretanto a definição das categorias de raridade é frequentemente resultante de uma combinação entre a realidade biológica, processos relacionados à amostragem e percepções subjetivas. A maioria de trabalhos sobre populações de aves não apresentam medidas de precisão associadas as estimativas de parâmetros populacionais e não consideram que as espécies são detectadas de forma imperfeita e portanto essas estimativas são baseadas em uma fração da verdadeira população. Nesse contexto testamos se as categorias de raridade baseadas nas percepções dos ornitólogos se sustentam quando é estimada a ocorrência das espécies considerando uma detectabilidade imperfeita. Foram selecionados dez pares de espécies em que os membros são filogeneticamente aparentados e um é hipoteticamente mais raro que outro. Em três ocasiões diferentes ao longo de um ano dez observadores amostraram as espécies-alvo em uma área de 760 ha de mata primária de terra firme, utilizando a técnica de pontos de escuta. As técnicas de playback e gravações autônomas também foram utilizadas como abordagens complementares. Os observadores foram previamente treinados em identificação de aves e avaliados através de um programa computacional livre que trabalha com técnicas de memorização. Não foi possível refutar a hipótese de que as espécies raras tem ocorrência tal alta quanto as espécies consideradas comuns pois, existem somente, evidências óbvias de diferenças de raridade em cinco pares de espécie e dessas, apenas Dendrocolaptes picumnus e Cyphorhinus arada ocorrem em menos de 50% dos pontos amostrais. Embora as categorias de raridade advindas da percepção dos ornitológos não tenham classificado uma espécie realmente rara como sendo comum fica claro que a categorização de uma espécie deve se basear em uma medida quantitativa associada a uma medida de precisão. Nossos resultados indicam que nem sempre uma espécie mais rara é mais díficil de detectar, entretanto fatores relacionados à amostragem podem influenciar a probabilidade de detecção diferentemente para cada espécie. Essas medidas quantitativas da raridades das espécies são informações consistentes e essenciais para o sucesso de qualquer ação de manejo. Assim tanto em pesquisa quanto em manejo que dependem de uma correta classificação de raridade, nós recomendamos o uso de métodos quantitativos que forneçam o grau de confiabilidade e que lidem com a detectabilidade imperfeita das espécies.