Efeitos ambientais sobre as abundâncias e biomassas de três espécies de cupins construtores (Insecta: Isoptera) em uma floresta de terra firme na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pequeno, Pedro Aurélio Costa Lima
Orientador(a): Chilson, Elizabeth Franklin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11884
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4238407Y7
Resumo: A teoria ecológica sugere que a resposta biológica à variação ambiental está frequentemente sujeita à interação entre fatores limitantes, mas as implicações metodológicas disto para o estudo da distribuição das espécies são controversas. Este trabalho usa padrões de variação espacial das abundâncias de uma espécie de palmeira (Arecaceae) e uma espécie de ácaro de solo (Acari) para motivar uma simulação que mostra como processos determinísticos podem gerar padrões aparentemente aleatórios, dificultando análises ecológicas. A regressão de quantil é sugerida como um método que leva em conta este fenômeno, sendo então aplicada ao estudo da limitação da abundância em três espécies de cupim que constroem ninhos conspícuos, Anoplotermes banksi (Emerson), Neocapritermes braziliensis (Snyder) e Labiotermes labralis (Holmgren), ao longo de gradientes de teor de argila do solo, alimento (teor de matéria orgânica do solo para as espécies humívoras A. banksi e L. labralis, e volume de madeira morta caída para a espécie xilófaga N. braziliensis), e tamanho mediano da colônia (um índice para a saturação do espaço pelos territórios coloniais). Também se considerou como diferentes definições de abundância (ninhos ou indivíduos) afetam os padrões observados. Anoplotermes banksi teve 43,35 ninhos/ha, 1.573.393 indivíduos/ha, e 1,97 kg/ha; N. braziliensis teve 14,32 ninhos/ha, 1.310.986 indivíduos/ha e 4,04 kg/ha (usando dados de biomassa de uma espécie ligeiramente menor, N. talpoides); e L. labralis teve 3,35 ninhos/ha, 815.898,7 indivíduos/ha, e 3,95 kg/ha. As abundâncias de ninhos e indivíduos foram altamente redundantes para A. banksi e N. braziliensis, bem como suas respostas aos gradientes. Já os padrões de L. labralis foram mais variáveis, dependendo da definição de abundância. As respostas das três espécies aos gradientes de textura do solo e alimento foram predominantemente bimodais, sugerindo um efeito indireto mediado pela umidade do solo no primeiro caso, e exclusão das partes intermediárias do gradiente por espécies com maior habilidade competitiva no segundo. As três espécies apresentaram respostas unimodais ao gradiente de tamanho mediano da colônia, refletindo competição intraespecífica por espaço. Além disto, a abundância de ninhos e indivíduos diminuiu em função do tamanho corporal da espécie. Estes resultados alertam para os perigos de descrições simplistas das respostas das espécies e sugerem um desacoplamento entre as dinâmicas populacionais nos níveis de ninhos e indivíduos com o aumento do tamanho corporal em cupins.