Extração e uso de corantes vegetais da Amazônia no tingimento do couro de Matrinxã (Brycon amazonicu Spix & Agassiz, 1819)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Melo, Karina Suzana Gomes de
Orientador(a): Andrade, Jerusa de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Agricultura no Trópico Úmido - ATU
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5271
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4753825D2
Resumo: A utilização de corantes naturais a partir de resíduos madeireiros, cascas de frutos, sementes, flores e outras matérias que preservam a flora Amazônica e não causam danos a saúde e ao ambiente podem ser usados como alternativa para tingimento de couro de peixe proveniente de peles que anteriormente eram descartadas. Dessa maneira, teve-se como objetivo avaliar o uso de corantes vegetais no tingimento do couro de matrinxã (Bricon amazonicus). Cascas (rambutã, magostão, bacuripari, murici, cajueiro, tucumã e tangerina), sementes (cupuaçu e urucum), frutos (patauá e açaí), folhas (crajiru), flores (cacauí), inflorescência (bananeira) e borra (açaí), foram avaliadas quanto aos teores de umidade, antocianinas, carotenóides, fenólicos, pigmentos solúveis em água e ao pH. Em função do pigmento (antocianina), da concentração (maior), solubilidade (hidrossolúveis) e adequação ao pH (ácido) ao processo de tingimento, o crajiru e a cacauí foram selecionados como fonte de corante para o couro de matrinxã. Amostras de crajiru e cacauí desidratadas (respectivamente 6 e 8%) nas proporções de 5, 10 e 15% em relação ao peso do couro foram utilizadas no tingimento do couro de matrinxã. Após o tingimento e acabamento, as amostras de couro foram avaliadas quanto à coloração, microscopia eletrônica de varredura, resistência à luminosidade e teste de lavabilidade. O corante de crajiru apresentou maior resistência à ação da luz e água. Decorrente da proporção do corante, o crajiru apresentou coloração variando do vermelho-purpura ao vinho e a cacauí do lilás claro ao escuro e apesar de não haver diferença estatística entre as proporções de 10 e 15%, a concentração maior resultou em coloração mais intensa. Nessas condições e proporções crajiru e cacauí ambas, mostraram-se adequadas. A utilização dessas concentrações vai depender da tonalidade, coloração e disponibilidade da fonte de corante desejada. Portanto o crajiru e a cacauí podem ser excelentes fontes de corantes naturais para o tingimento do couro de matrinxã.