Diferenças inter e intrassexuais na aprendizagem espacial de um peixe amazônico sexualmente dimórfico
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/15297 http://lattes.cnpq.br/7253498692220087 |
Resumo: | Os processos individuais de adquirir, armazenar e usar informações para resolver tarefas cognitivas podem variar entre os indivíduos de uma mesma espécie. Isso ocorre, por exemplo, quando existem variações comportamentais consistentes, decorrentes de dimorfismo sexual ou por variações morfológicas dentro de um único sexo. Isso pode gerar diferentes suscetibilidades à predação em indivíduos mais ornamentados, ou preferência por indivíduos com melhores habilidades cognitivas, o que contribui para a evolução da cognição. Nesse contexto, quando pressões seletivas atuam de maneira distinta entre os indivíduos, é esperado o surgimento de variações na tomada de decisões ecologicamente relevantes. Adicionalmente, é sugerida uma ligação funcional entre a variação individual cognitiva e a personalidade animal, gerando demandas conflitantes entre precisão e velocidade de decisão. Neste estudo, investigamos a neofobia, o aprendizado espacial e a escolha feminina no peixe amazônico Crenuchus spilurus, uma espécie sexualmente dimórfica. Não encontramos diferença sexual na taxa de aprendizagem da tarefa espacial. Contudo, quando avaliadas as diferenças intrassexuais, machos mais ornamentados mostraram melhor desempenho na tarefa, apresentando maior precisão para resolver o labirinto no último dia de testes do que machos menos ornamentados e fêmeas em geral. Machos mais ornamentados são mais neofóbicos e levaram mais tempo para resolver a tarefa espacial na primeira tentativa. Isso sugere que esses machos se comportam de acordo com o princípio de proteção de ativos, quando machos mais atraentes devem ser mais cautelosos como resultado de maiores retornos futuros decorrentes de suas características físicas. Além disso, fêmeas mostraram preferência por machos mais ornamentados, que foram os indivíduos que apresentaram melhor desempenho na tarefa espacial. Com estes resultados, propomos que a diferença sexual na cognição pode emergir da variação intrassexual, causada pela pressão seletiva que ocorre sobre machos mais ornamentados. Adicionalmente, como o princípio de proteção de ativos decorre da pressão de predação, a seleção sexual por meio da escolha feminina proporciona uma troca de recompensas e riscos, sobre a qual a seleção natural atua indiretamente aumentando habilidades de aprendizado. |