Estoques de biomassa em diferentes cenários de uso da terra ao norte de Manaus, Amazônia Central brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Wandelli, Elisa Vieira
Orientador(a): Fearnside, Philip Martin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12276
http://lattes.cnpq.br/3008194345951677
Resumo: A alta produtividade primária e a ampla distribuição da vegetação secundária (capoeira) na paisagem agrícola da Amazônia indicam o potencial desta cobertura vegetal de absorver quantidades significantes de carbono da atmosfera. Para poder calcular estes fluxos e estoques de carbono e remunerar os serviços ambientais da vegetação secundária deve-se usar modelos indiretos de estimativa de biomassa ajustados às amplitudes de condições sucessionais de cada região. Foram investigados os efeitos de diferentes formas de uso da terra nos estoques e nas taxas de acúmulo de biomassa das capoeiras originadas de agricultura e pastagens abandonadas de propriedades rurais do Assentamento Tarumã Mirim e em áreas de pastagens degradadas abandonadas da Estação Experimental da Embrapa (AM), na Amazônia Central. Foram desenvolvidos modelos matemáticos a partir da altura total, diâmetro à altura do peito (DAP) e histórico de uso da terra em 24 capoeiras para estimar a biomassa de árvores e o estoque de biomassa de áreas de vegetações secundárias. Dados de biomassa foram obtidos por metodologia destrutiva através da pesagem de todas as plantas com DAP superior a 1 cm em capoeiras com idades de 1 a 15 anos originadas de áreas de agricultura e pastagens abandonadas. Com estes dados foram desenvolvidas equações alométricas monoespecíficas para 13 espécies e equações multiespecíficas para um conjunto de: 121 espécies arbóreas; 12 espécies arbustivas; e plantas mortas que permanecem em pé. A taxa e o acúmulo de biomassa do 3o ao 21o ano de idade de vegetações secundárias estabelecidas em pastagens degradadas foram avaliados indiretamente com as equações alométricas desenvolvidas. Medições contínuas das pastagens degradadas foram realizadas anualmente em parcelas permanentes de capoeiras com três diferentes intensidades de uso. A biomassa acumulada e a riqueza florística em pastagens abandonadas são maiores quanto menor o tempo em que a área foi submetida ao pastejo. O estoque de biomassa foi determinado mais em função da intensidade de uso do que da idade da capoeira. Ao longo da sucessão as taxas de acúmulo de biomassa não são lineares, tendo grandes variações interanuais. Nos anos em que a seca é crítica há estagnação e até perda de biomassa nas parcelas de vegetação secundária. Variações nas práticas de manejo de capoeira entre agricultores também afetam o acúmulo de biomassa. A maioria dos agricultores assentados que não têm origem agrícola não associam a prática de pousio à recuperação da fertilidade do solo através da regeneração natural. Considerando o valor irrisório por tonelada de carbono pago pelo mercado internacional e a média da extensão da área de vegetação secundária por propriedade de 0,91 ha e a duração media de pousio de 1,9 anos no Assentamento Tarumã Mirim, o que uma família rural lucraria pelo carbono acumulado pela capoeira não representaria compensação financeira suficientemente atrativa. Se o mercado passar a ter um valor diferenciado para o carbono fixado pela agricultura familiar, e considerar os plantios agroflorestais e, principalmente, o desmatamento evitado, a comercialização do carbono agregaria valor às atividades produtivas sustentáveis. Este trabalho contribui com o entendimento dos fatores ecológicos e sociais determinantes dos processos sucessionais na paisagem agrícola da Amazônia Central.