Fluxo gênico e diversidade genética em uma população manejada de mogno (swietenia macrophylla king, meliaceae) na Amazônia oriental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: André, Thiago José de Carvalho
Orientador(a): Gribel, Rogério
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11839
http://sistemas.usp.br/atena/atnCurriculoLattesMostrar?codpes=6722890
Resumo: O mogno, Swietenia macrophylla (Meliaceae), é a espécie florestal com maior valor comercial da região Neotropical e tem sido super explorada ao longo de sua área de distribuição. O presente trabalho investigou os padrões de fluxo de pólen, a estruturação genética e o efeito do corte seletivo na diversidade de uma população manejada de mogno no leste da Amazônia. Foram utilizados oito locos microssatélites hipervariáveis para estimar os parâmetros genéticos analisados, utilizando-se um seqüenciador automático de DNA. A extensão do fluxo de pólen entre árvores da população foi avaliada por meio de análise de parentesco das plântulas. A estruturação genética espacial e temporal foi investigada correlacionando-se o grau de parentesco de pares de árvores pelas distâncias espaciais e pelas distâncias entre o dia de início da floração entre elas. O número de alelos por loco (A), a heterozigosidade média (He) e observada (Ho), o número de genótipos multilocos únicos (Go) e o coeficiente de endocruzamento (f) foram estimados para uma geração pós-corte (plântulas) e para a geração pré-corte (adultos) a fim de se quantificar o efeito do corte seletivo sobre a variabilidade genética populacional. A analise de parentesco encontrou os pais envolvidos no cruzamento de 19 das 51 plântulas genotipadas. O fluxo de pólen entre árvores variou entre 0,25 e 2,7 km (média de 1,5 km) na população, uma distância maior do que a esperada quando considerado o sistema de polinização por pequenos insetos. Os dados sugerem que a endogamia deve ser rara na população, devido a ausência de estruturação genética espacial e a baixa sincronia na fenologia da floração entre indivíduos aparentados. Houve uma redução significativa do número de alelos, heterozigozidade observada e genótipos multilocus únicos da geração pré- para a geração pós-corte seletivo. A perda de diversidade genética na população ocorreu provavelmente devido à redução no tamanho efetivo da população, o que causa perda de alelos e limita as ossibilidades de cruzamentos, ocasionando um excesso de homozigose nas plântulas em comparação aos adultos. Os dados aqui apresentados confirmam a ocorrência de erosão genética devido ao corte seletivo e levanta questões referentes à conservação genética de populações manejadas de espécies florestais tropicais.