Desenvolvimento tecnológico em bioengenharia de solos aplicável em programas de restauração ecológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Disarz, Robson
Orientador(a): Vieira, Gil
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5048
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4282442A5
Resumo: A restauração de áreas degradadas consiste em criar condições para reparação de parte das funções ecológicas de um ecossistema que perdeu sua resiliência. Em sítios onde foi perdida a capacidade de regeneração natural, a intervenção humana é fundamental para o estabelecimento de condições ambientais que favoreçam o processo natural de recuperação. Visando contribuir com a inovação de métodos de recuperação ambiental de clareiras abertas para a prospecção de hidrocarbonetos no bioma amazônico, o objetivo deste estudo foi verificar o uso de macroestacas de espécies pioneiras associadas com estruturas pré-fabricadas e biodegradáveis para contenção de erosão laminar. O estudo de propagação vegetativa foi desenvolvido para onze espécies nativas, em viveiro ao ar livre sob sistema de irrigação por aspersão, localizado em Manaus AM, Brasil (03005 32.2 S e 60001 08.1 W). Foram testadas quanto ao estabelecimento inicial 90 estacas de cada espécie, plantadas em recipientes de polietileno com substrato de areia. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. Após 60, 90 e 120 dias da instalação do experimento, 30 estacas de cada espécie foram escavadas com auxílio de um jato de água a baixa pressão, quando foi quantificada a taxa de sobrevivência. Em cada estaca foi verificado número, diâmetro da base e comprimento de brotos, comprimento da maior raiz e massa seca de brotos e raízes. Apenas as espécies Alchornea castaneifolia, Salix humboldtiana e Piper aduncum dentre as testadas, apresentam desenvolvimento vegetativo, com taxa de sobrevivência entre 70 e 100%. Análises de variância multivariada (MANOVA) detectaram diferença entre as três espécies. Ainda que estas espécies apresentem sistema radicular fasciculado, S. humbolditiana desenvolve raízes em toda a extensão das estacas, em Alchornea as raízes estão localizadas na base da estaca e em P. aduncum concentram-se nos nós abaixo do solo. Análises de regressão linear simples mostraram que o diâmetro das estacas dentro da amplitude de 1 a 3,5 cm influencia apenas o número de brotos aos 120 dias para P. aduncum, não interferindo nas demais variáveis de crescimento da parte aérea e de raízes. Os retentores de erosão laminar foram fabricados com três diferentes tipos de partículas (fibra de coco, palha de buriti e madeira picada), dois adesivos (látex centrifugado e poliacetato de vinila - PVA), em três formatos diferentes (trapezoidal, retangular e grade), resultando em 11 tratamentos. Os dois tratamentos que empregaram PVA como adesivo não conferiram resistência suficiente para as estruturas, que se deformaram pelo aumento de volume após 24 horas de imersão em água. Os nove tratamentos que utilizaram látex foram similares quanto à absorção de água, porém se diferenciaram em inchamento e força máxima para o rompimento. Apenas as estruturas confeccionadas com fibra de coco ou madeira picada e látex como agente cimentante foram as que se mostraram viáveis de serem produzidas em larga escala. Propõe-se que sejam realizados ensaios em campo com estas estruturas e estacas vegetais, para verificar a eficiência quando submetidos a todas as condições ambientais.