Percolação da água no solo e teor de nutrientes lixiviados em função da variação topográfica e sazonal na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Jardel Ramos
Orientador(a): Higuchi, Niro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5109
http://lattes.cnpq.br/0908156238163000
Resumo: Neste cenário de mudança climática, precisamos buscar melhores respostas sobre o futuro do planeta e suas florestas. Compreender a dinâmica da umidade do solo e o transporte associado os elementos químicos é um desafio em ecossistemas tropicais, devido à natureza física dos solos tropicais e aos impactos eco-hidrológicos acoplados no fluxo da água e no transporte dos nutrientes. Neste estudo mostramos o fluxo de percolação da água e os nutrientes lixiviados durante esse processo no solo, abordando a interação da água e nutrientes. Realizamos o estudo em uma floresta tropical madura na Amazônia Central em escala espacial "platô, encosta e baixio" e ao longo do tempo. Utilizamos o fluxímetro de pavio passivo (ou lisímetro de drenagem) contendo 60 cm de solo intacto e configurado previamente para fazer medidas do fluxo de percolação a cada 5 segundos e com um sistema de armazenamento da água percolada que teve a sua composição química analisada mensalmente. Foram instalados dois fluxímetros em cada nível topográfico (platô, encosta e baixio) ao longo de dois transectos na área ZF-2 (Manaus), totalizando seis fluxímetros instalados. Os medidores de fluxo foram instalados para medir o fluxo de percolação a 60 cm abaixo da superfície do solo (que está bem abaixo da parte mais densa da zona de raiz). Nossos resultados demonstram que o fluxo de percolação é maior no baixio, intermediário na encosta e menor no platô. O fluxo diário para o platô, encosta e encosta foi de 2,18 ± 0,43 mm (IC 95%), 2,98 ± 0,59 mm (IC 95%) e 5,52 ± 0,82 mm (IC 95%), onde o fluxo acumulado para o período analisado de 01/05/2017 até 31/10/2018 foi de 1194,83 mm, 1635,18 mm e 3027,83 mm, respectivamente. Os resultados do fluxo de percolação mostram que a percolação é altamente pulsada e sazonalmente afetada. As características físicas do solo (textura e porosidade) influenciam diretamente no fluxo de percolação, onde no baixio que possui naturalmente maiores frações de areia quando comparado aos outros níveis topográficos, o volume percolado correspondeu a 81,78% do volume total de chuva no período estudado. Existem variações substanciais nas concentrações de íons (por exemplo, cálcio, sódio, magnésio) ao longo do tempo, mas o comportamento biogeoquímico mais notável observado por este estudo está associado ao nitrato. As concentrações de nitrato são extremamente altas em todos os locais, com valores que excedem 100 mg/L. O nitrato varia ao longo do tempo, onde as áreas de encosta e baixio apresentam as maiores concentrações. Estes resultados demonstram que o ciclo do nitrogênio é muito dinâmico e sugere que o nitrogênio é improvável de ser um nutriente co-limitante nessas florestas. As concentrações de fosfato estão frequentemente abaixo do limite de detecção, embora ocasionalmente excedam.