Exploração Madeireira Familiar no Rio Cuieiras, Baixo Rio Negro, Amazônia Central
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Agricultura no Trópico Úmido - ATU
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5327 http://lattes.cnpq.br/5701398778026993 |
Resumo: | O Baixo Rio Negro é composto na sua maioria por indígenas e ribeirinhos. Estas populações habitam as margens dos rios e a terra-firme e reproduzem todo um saber-fazer na convivência com os rios e com os elementos da floresta. Uma notável atividade econômica que vem sendo amplamente praticada e influenciando a dinâmica de uso dos recursos na região do Baixo Rio Negro é a exploração madeireira. Desde 1965, com a criação do Código Florestal brasileiro, esses sistemas e toda sua dinâmica são considerados totalmente ilegais e predatórios por não seguirem os padrões oficiais brasileiros de manejo florestal sustentável. Essa ilegalidade ainda é o grande gargalo que compromete não apenas a sustentabilidade econômica, como também influencia na sustentabilidade ecológica e sociocultural. Um dos principais empecilhos para a implantação do manejo florestal comunitário é a marginalidade da atividade, refletida pelo desconhecimento das dinâmicas econômicas, ecológicas e socioculturais dos sistemas de extração madeireira na região. Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar e entender a exploração madeireira da região a partir da perspectiva local, procurando dar visibilidade aos sistemas de extração e toda dinâmica que envolve a atividade. O histórico de exploração madeireira da região do Baixo Rio Negro mostra que a atividade teve vários ciclos e sempre esteve associada ao desenvolvimento e crescimento da cidade de Manaus. Até o final dos anos 70, toda madeira beneficiada na região era lavrada no machado. No inicio da década de 80, com o aparecimento da moto-serra, a atividade começa a viver uma nova dinâmica, aumentando não só o rendimento da mão de obra local, como também a variedade de espécies madeireiras exploradas. Atualmente a exploração madeireira acontece por meio da madeira serrada para embarcação, movelaria, construção de casa, madeira branca e na extração de árvores para produção de espeto. Neste estudo, foram identificadas 93 espécies madeireiras exploradas, sendo que desse total 48 espécies são utilizadas na comercialização da madeira para construção de casa, 21 espécies madeireiras são utilizadas em embarcações, 20 são destinadas à movelaria, 19 espécies utilizadas na atividade da madeira serrada branca e 16 usadas na produção de espeto. Os sistemas de exploração madeireira da região é considerado de pequena escala e de intensidade sazonal. A lógica do extrativismo madeireiro na região não está associado apenas na relação entre a escassez de matéria prima e a viabilidade econômica. Os diferentes ciclos, assim como as dinâmicas de exploração madeireira, passaram por estratégias de adaptação relacionadas a um conjunto de fatores não apenas econômico, como também políticos, ambientais e sociais. Em geral, essas famílias madeireiras da bacia do rio Cuieiras usam e manejam mais de 200 diferentes espécies entre plantas e animais. Apesar da exploração da madeira ser uma das principais alternativas econômicas da região, não existe uma especialização da atividade e sim diferentes formas de múltiplo uso dos recursos e diversas atividades de geração de renda. Com base nas características demográficas e nas diferentes estratégias de uso e renda de cada família foi possível identificar na região dois grupos de famílias madeireiras, os madeireiros tecnicamente qualificados e os madeireiros de baixa qualificação. |