Uso e manejo da vegetação secundária sobre Terra Preta por comunidades tradicionais na região do médio Rio Madeira, Amazonas, Brasil
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12696 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4732639E0 |
Resumo: | Na Amazônia ocorrem solos antrópicos associados a assentamentos indígenas précolombianos chamados de Terra Preta de Índio (TPI). Diversos processos ecológicos e culturais associados à TPI permanecem desconhecidos ou muito pouco estudados, entre eles as trajetórias sucessionais da vegetação associada a esses solos e a importância das florestas secundárias que se desenvolvem sobre eles para as populações tradicionais. Esse trabalho teve como objetivo comparar florestas secundárias sobre solos antrópicos e solos não-antrópicos quanto à estrutura da vegetação, composição de espécies e quanto à utilização por populações tradicionais na região do médio Rio Madeira. Em três comunidades tradicionais no município de Manicoré foram estabelecidas 52 parcelas de 25x10 m sobre florestas secundárias de diversas idades sobre solos antrópicos e não-antrópicos. Em cada parcela foram coletadas amostras de solo e amostrados os indivíduos lenhosos com DAP ≥ 5 cm e todas as palmeiras com mais de um metro de altura. Dados etnobotânicos sobre a utilização de florestas secundárias foram obtidos através de entrevistas com 62 moradores das três comunidades. As florestas secundárias sobre solos antrópicos são floristicamente distintas de florestas secundárias sobre solos não-antrópicos e possuem maior abundância e riqueza de espécies domesticadas. O valor de uso dessas florestas secundárias é maior do que o valor de uso de florestas secundárias sobre solos não-antrópicos. Foram identificadas espécies indicadoras de solos antrópicos, tanto a partir dos dados de vegetação quanto dos dados etnobotânicos das entrevistas. A longa e intensa associação dos solos antrópicos com a atividade humana levou ao surgimento de florestas secundárias distintas e favoreceu a concentração de espécies úteis e domesticadas nesses ambientes. Isso faz com que os solos antrópicos funcionem como reservatórios de agrobiodiversidade. Florestas secundárias sobre solos antrópicos são uma importante fonte de recursos para populações tradicionais e representam ecossistemas únicos, contribuindo para a alta heterogeneidade e biodiversidade que caracterizam a paisagem da Amazônia. |