Padrões de regeneração arbórea em mosaicos agrícolas do sudeste do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gonçalves, Igor do Vale
Orientador(a): Nelson, Bruce Walker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5086
http://lattes.cnpq.br/6636106178595636
Resumo: Este estudo busca descrever e analisar os padrões de regeneração arbórea em três diferentes mosaicos agrícolas da Amazônia Oriental, a fim de verificar a influência dos tipos de uso da terra sobre a regeneração. As seguintes perguntas foram levantadas: Os padrões de regeneração sofrem influência dos diferentes tipos de uso da terra? A influência dos tipos de uso da terra sobre a regeneração varia de acordo com a escala utilizada? Existe relação entre as características edáficas e a regeneração arbórea? Os padrões de regeneração sofrem influência dos diferentes mosaicos agrícolas? O estudo foi realizado em três áreas de pequenos produtores familiares nos assentamentos de Maçaranduba, Travessão 338-S e Palmares II, localizados no sudeste do Estado do Pará, região do arco do desmatamento. A regeneração foi inventariada em 45 pontos amostrais em cada área, totalizando 135 pontos amostrais. Dez parcelas de 1 x 1 m foram distribuídas regularmente em cada ponto amostral para inventariar as plântulas arbóreas com 10 cm < altura < 200 cm (regeneração). Em cada um dos 135 pontos amostrais foram coletadas amostras de solo onde quatorzes variáveis edáficas foram analisadas. Os mosaicos agrícolas mostraram boa capacidade de conservação da biodiversidade arbórea, evidenciada principalmente pela alta heterogeneidade de espécies encontradas entre os tipos de uso. Na maioria dos tipos de uso, as espécies florestais apresentaram maior número de espécies, inclusive nos tipos de usos cultivados, fato que mostra uma importante capacidade de conservação das espécies florestais desses ambientes abertos. A floresta queimada de Palmares II teve o maior número de plântulas pioneiras entre as florestas. A análise de componentes principais (ACP) mostrou que os tipos de uso da terra tiveram influência sobre as características edáficas e a estrutura e composição florística da regeneração arbórea nos mosaicos de Maçaranduba e Palmares II, no entanto essa influência não foi evidenciada no Travessão 338-S. Este resultado demonstra que a influência dos tipos de uso sobre a regeneração arbórea depende de uma mesoescala, onde a composição de cada mosaico, estabelecida a partir de diferentes abordagens de manejo, vai interferir nos padrões de regeneração. A resposta obtida no Travessão 338-S, onde a estrutura e composição florística, além das características edáficas, não responderam aos tipos de uso da terra, foi devido a maior cobertura das áreas florestais no mosaico, as quais ocuparam 51% da área total inventariada. Essa porcentagem diminui para 24 e 33% em Maçaranduba e Palmares II, respectivamente. Esses diferentes níveis de cobertura florestal pode nos auxiliar na definição do tamanho de áreas de proteção florestal necessárias para a manutenção do potencial da regeneração arbórea nos mosaicos agrícolas. O Travessão 338-S também apresentou o maior número de espécies entre os mosaicos, associado à maior diversidade de tipos de usos e a presença do plantio de cacau, que apresentou uma densidade da regeneração semelhante às florestas. Em Maçaranduba e Palmares II, houve diferenças entre os ambientes florestais e os cultivados, evidenciadas pelas diferenças quanto ao número de espécies e indivíduos entre os tipos de uso. Houve ainda distinção entre as florestas, associada aos diferentes distúrbios sofridos em cada área. O preparo de área com fogo provavelmente foi fator determinante para as diferenças edáficas nas áreas de cultivo, principalmente nos mosaicos agrícolas de Maçaranduba e Palmares II, os quais sofreram influência dos tipos de uso da terra e afetaram indiretamente a regeneração.