Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Knopki, Patricia Bianco |
Orientador(a): |
Ferraz, Isolde Dorothea Kossmann |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11942
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Resumo: |
A dormência é uma propriedade das sementes que retarda a germinação até que as condições ambientais estejam favoráveis ao estabelecimento da plântula. Sua causa pode estar no desenvolvimento do embrião (endógena) ou em características do envoltório (exógena). Procedimentos tecnológicos como desponte, remoção do endocarpo, escarificação química e mecânica e imersão em água quente já foram realizados em laboratórios ou viveiros, sendo eficientes na superação da dormência exógena de sementes de várias espécies. Contudo, entender os fatores ambientais envolvidos na quebra de dormência e germinação na natureza é fundamental para o entendimento do ciclo de vida das espécies. A temperatura alternada e a ação de microrganismos do solo são frequentemente citados na literatura como fatores de quebra de dormência exógena na natureza, sendo que para a ação de microrganismos, há poucos resultados científicos que evidenciam participação efetiva. O objetivo deste trabalho foi comparar a influência desses dois fatores para a quebra de dormência exógena de sementes florestais amazônicas, considerando as diferenças entre dormência física, causada pela impermeabilidade do envoltório, e dormência mecânica, causada pela sua rigidez. Foram realizados experimentos de germinação com quatro espécies florestais amazônicas que possuem dormência física (Ochroma pyramidale, Enterolobium schomburgkii, Parkia pendula e Dinizia excelsa) e cinco que possuem dormência mecânica (Byrsonima crassifolia, Eugenia stipitata, Minquartia guianensis, Bertholletia excelsa e Astrocaryum aculeatum). Foi utilizado o substrato vermiculita superfina. Para verificar o efeito da alternância térmica, foram testadas três condições de temperatura: constante (25ºC) e alternada a cada 12h com amplitude de 10ºC (20/30ºC) e de 20ºC (15/35ºC), com fotoperíodo de 12h. Foi realizado procedimento de desinfecção das sementes com a imersão em sequência em soluções de detergente, álcool e hipoclorito de sódio para remoção dos microrganismos. Em paralelo, foi estudado o efeito dos microrganismos presentes no ativador de compostagem Fert Bokashi®, em temperatura constante de 25 ºC, utilizando soluções de 0, 1, 10 e 100 mL/L de água destilada no primeiro umedecimento do substrato. A germinação foi acompanhada semanalmente e foram calculados o percentual final, o tempo médio e o Índice de Velocidade de Germinação. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 4 repetições de 50 a 100 sementes, conforme a espécie, e os dados foram avaliados pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. As espécies com o mesmo tipo de dormência apresentaram respostas diferenciadas. Sementes de Ochroma pyramidale (dormência física) e Bertholletia excelsa (dormência mecânica), apresentaram maior germinação final com alternância térmica entre 15 e 35 ºC. Minquartia guianensis (dormência mecânica) reagiu positivamente ao efeito de microrganismos (10 mL/L). Eugenia stipitata (dormência mecânica) apresentou alta taxa de germinação (> 90%) sob todas as condições testadas, mas sem redução do longo período de germinação. Não houve quebra de dormência e a germinação foi baixa em todos os tratamentos aplicados nas espécies com dormência física Parkia pendula, Dinizia excelsa e Enterolobium schomburgkii e nas espécies com dormência mecânica Astrocaryum aculeatum e Byrsonima crassifolia. Ao se isolar os fatores alternância térmica e microrganismos em laboratório, houve simplificações em relação à umidade do substrato e à luminosidade, que também podem interferir na germinação. A alternância térmica na natureza geralmente está associada a maior estresse hídrico e incidência de luz do que a temperatura constante. Na complexidade dos ecossistemas florestais, pode haver mais de um fator indispensável para a germinação. Dessa forma, não foi possível efetuar generalizações quanto ao fator ambiental fundamental para a superação de dormência na natureza considerando apenas o tipo de dormência que as sementes apresentam, a alternância térmica e a ação microbiana. |