Distribuição e Ecologia do Uiraçu-falso (Morphnus guianensis, Daudin 1800)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomes, Felipe Bittioli Rodrigues
Orientador(a): Sanaiotti, Tânia Margarete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12241
http://lattes.cnpq.br/0924023357753741
Resumo: O uiraçu-falso, Morphnus guianensis (Daudin, 1800) é a segunda maior águia florestal das Américas, ocorrendo do México ao Sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Apesar de seu grande tamanho e ampla distribuição, é umas das aves de rapina de grande porte menos conhecidas da região Neotropical. É considerada “Quase-ameaçada” de acordo com os critérios da IUCN, sendo recomendados estudos sobre sua biologia e ecologia visando estratégias de conservação. No primeiro capítulo revisamos a literatura, banco de dados do Programa de Conservação do Gavião-real (PCGR), de acesso livre como fotografias, gravações, coleção de museus, e informações de cativeiro e na natureza, acrescentamos 37 novos registros fora do mapa da IUCN, 21 destes estão distantes dos limites do mapa (>40km), contribuindo para a atualização e expansão da área de distribuição da espécie e habitat nas Américas. Principalmente ampliando ocorrência no sudeste do México, ao norte e ao sul da Nicaragua, na Colômbia com um registro histórico entre a península Darién e as montanhas de Perijá. No Brasil o registro no Cerrado/mata de galeria no Brasil Central e outro em floresta Atlântica montaa ampliam ao sudeste e, registros antigos da mata Atlântica ao sul do país. No segundo capítulo abordamos os aspectos reprodutivos com base em dois ciclos reprodutivos completos (do nascimento do filhote até os primeiros voos), para um ninho em terra firme e outro em floresta alagavel. Dois ovos foram registrados por ninho, com o primeiro registro fotográfico de ovo na natureza. A incubação foi feita pela fêmea, e houve cópula póseclosão. Acompanhamos o desenvolvimento dos filhotes, com os primeiros vôos entre 101 a 122 dias de idade, distanciamento da árvore do ninho de 64-120 m com 145 dias de idade, e 150 m. aos 230 dias. No terceiro capítulo descrevemos e comparamos a dieta da espécie entre dois tipos florestais (floresta de terra firme e alagavel), e propondo estratégia de forrageio desenvolvida pelos adultos. Não encontramos diferença estatística significativa tanto quantitativa como qualitativamente entre os tipos florestais para as 21 espécies predadas, entretanto restrito à floresta de terra firme registramos Caluromys lanatus e Saguinus midas, e restrito a alagável Isothryx cf. negrensis, Coendu sp., Callicebus caligatus e Saguinus labiatus Acrescemos 16 espécies de presas novas, de diferentes grupos (76% mamíferos, 19% répteis e 5% aves), mas que ocupam nichos ecológicos semelhantes (espécies noturnas/crepusculares e que utilizam refúgios diurnos).