Estoque, produção e fluxo de nutrientes da liteira grossa em floresta submetida à exploração seletiva de madeira no Noroeste de Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Pauletto, Daniela
Orientador(a): Luizão, Flávio Jesus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4937
Resumo: Este trabalho avaliou as alterações produzidas pela exploração florestal madeireira no estoque e na produção de liteira grossa em três idades posteriores ao corte (2, 6-7 e 11-12 anos), no noroeste de Mato Grosso (Juruena). Foram mensurados o diâmetro e comprimento dos troncos e avaliado o estádio de decomposição de todos os troncos mortos (0 > 10 cm) e a provável causa da mortalidade de árvores contidas em 16 parcelas de 40 x 125 m. A necromassa total foi de 33,7 Mg ha-1 na floresta não-explorada e de 20,6, 19,9 e 26,4 Mg ha-1 nas áreas submetidas à exploração florestal nas idades de 2, 6-7 e 11-12 anos após a exploração, respectivamente. A principal alteração em decorrência da extração seletiva de madeira foi o aumento no estoque (105%) e no volume (37%) de liteira com diâmetro de 2 a 10 cm. Nas áreas exploradas, a liteira lenhosa mais fina (0 2-10 cm) estocada representou 42-56% do volume, 15-16% do estoque e, no entanto, armazena 29-34% do N, 35-40% do P, 18-20% do K, 37-42% do Ca e 30-35% do Mg, o que gerou um aumento de 54-109% no estoque de nutrientes armazenados nestes resíduos em relação à floresta não explorada. A maior produção anual de liteira grossa ocorreu na floresta não explorada (5,7 Mg ha-1 ano-1) e na floresta com 11-12 anos de exploração (5,3 Mg ha-1 ano-1), enquanto as parcelas com 2 e 6-7 anos apresentaram produções menores (1,1 e 2,8 Mg ha-1 ano-1, respectivamente). A liteira lenhosa mais fina (0 2-10 cm) respondeu por 8-9% da produção anual de liteira na floresta não explorada e das parcelas com 11-12 anos de exploração, e por 34% e 40% nas parcelas com 2 anos e 6-7 anos de corte, respectivamente. O maior estoque e produção de liteira grossa de palmeiras ocorreu nas áreas exploradas, com um aumento de 120-340% na mortalidade de palmeiras. Não foram identificadas alterações significativas na densidade do solo (0-10 cm) e nos estoques de C orgânico, N total e K no solo (0-20 cm) em decorrência da exploração que, no entanto, causou aumento significativo dos estoques de P disponível. Ca e Mg nas parcelas com exploração mais recente (2 e 6-7 anos). Foram identificadas zonas com altas concentrações de carbono e nutrientes no solo sob resíduos vegetais em decomposição, com diferenças de concentrações muito grandes em relação à média das parcelas; aumentos de 1129% (Ca) 403% (Mg), 202% (P disp.), 174% (C), 167% (N) e 140% (K). A densidade da madeira morta (0,20-0,70 Mg m-3) apresentou correlação negativa com a intensidade de contato dos troncos com o solo e diminuiu com o avanço na decomposição. Assim, as principais alterações induzidas pela extração seletiva de madeira foram: uma alta mortalidade de palmeiras; um forte aumento no estoque e na produção de liteira grossa com 0 2-10 cm e a formação de micro-sítios com altas concentrações de nutrientes disponíveis no solo, derivados da decomposição dos resíduos lenhosos acumulados, especialmente dos mais finos (com 0 2-10 cm), que apresentam concentrações mais altas de nutrientes.