Decomposição da liteira em igarapé sob floresta e área alterada na Amazônia Central – Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Paula, Joana D’Arc de
Orientador(a): Luizão, Flávio Jesus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11978
Resumo: A matéria orgânica de origem alóctone é a principal fonte de energia de rios e igarapés em ecossistemas florestados, sendo a liteira foliar a principal fração da matéria orgânica que entra nos ecossistemas lóticos. Partindo desse princípio, os objetivos do presente trabalho foram: (1) avaliar os coeficientes de decomposição da liteira foliar submersa em dois igarapés na Amazônia Central, sob diferentes condições (natural e alterado), acompanhando as mudanças nas concentrações de carbono e nutrientes da liteira, ao longo da decomposição; e (2) avaliar a dinâmica da decomposição e da colonização da liteira, por invertebrados aquáticos, em três trechos, a diferentes distâncias de uma área de pastagem, verificando se há diferenças entre essas comunidades. As espécies de liteira utilizadas foram Siparuna bifida, Guatteriopsis sessiliflora, Henriettea cf. spruceana e Licania cf. laevigata, onde um tratamento foi a mistura dessas quatro espécies, e os outros quatro foram as espécies individuais. Foram realizados dois experimentos utilizando sacos de malha, onde foram colocados aproximadamente 3 g de liteira em cada saco. O primeiro experimento utilizou 440 sacos de malha e ocorreu de abril a dezembro de 2006 e o segundo experimento utilizou 420 sacos de malha e foi realizado de abril a agosto de 2006. Todas as espécies apresentaram um tempo de decomposição curto e o peso seco remanescente da liteira foi diferente entre espécies (individuais e misturadas) e igarapés ao longo do experimento. As espécies apresentaram diferenças na resistência física inicial e isto refletiu-se nas taxas de perda de peso. Por sua vez, as taxas de liberação de nutrientes foram positivamente correlacionadas com as taxas de perda de peso seco da liteira. A densidade e a riqueza de invertebrados aquáticos também variaram entre espécies e locais durante o experimento. Os invertebrados do grupo coletores-catadores variaram entre os trechos do igarapé e entre espécies de liteira, tanto em densidade quanto em riqueza, enquanto que a riqueza de predadores variou entre as espécies de liteira. Conclui-se que as características físicas e químicas de cada espécie de liteira e a distância em relação à pastagem são capazes de determinar como e quanto dos nutrientes será liberado para o igarapé. Os invertebrados utilizam a liteira não só como recurso alimentar, mas também como abrigo. Portanto, a liteira tem um papel importante na manutenção da fauna de invertebrados dos igarapés de cabeceira e a transformação da vegetação ripária em pastagem alteraria a diversidade dessa fauna, restringindo sua comunidade a organismos mais resistentes.