Análise do modo de vida dos quilombolas coletores tradicionais de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H. B. K) da Reserva Biológica do Rio Trombetas, Oriximiná, Pará, Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia - GAP
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12932 http://lattes.cnpq.br/6326262607501282 |
Resumo: | A construção do modo de vida é intrínseca a construção do território. Assim, neste trabalho, utilizou-se ambos os conceitos/categorias, de forma indissociável, uma vez que há a necessidade de um território para a existência de um modo de vida e vice-versa. Nesse sentido, objetivou-se analisar o modo de vida dos quilombolas coletores tradicionais de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H. B. K) que firmaram termos de compromisso com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para a coleta desse produto na Reserva Biológica do Rio Trombetas, localizado na microrregião Alto Trombetas, Oriximiná, Pará, Brasil, como subsídio para a gestão dessa unidade de conservação. Trata-se de pesquisa qualitativa. A investigação foi realizada nos anos de 2018 e 2019, utilizando-se como método procedimental para a coleta de dados o Estudo de Caso, com a utilização da triangulação das fontes de dados (YIN, 2005). Os dados primários foram coletados por meio de técnicas de observação de campo, entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental. As entrevistas semiestruturadas foram aplicadas junto a 32 coletores tradicionais de castanha-dobrasil que residem no Território Quilombola Alto Trombetas 1 e na comunidade Último Quilombo, ambos localizados na microrregião Alto Trombetas, 02 regatões locais, gestora chefe da Reserva Biológica do Rio Trombetas, 06 coordenadores de comunidades e 01 coordenador da Associação Mãe Domingas. As observações semiestruturadas foram realizadas ao mesmo tempo e nos mesmos locais nos quais foram realizadas as entrevistas. A pesquisa documental foi realizada nos arquivos do Núcleo de Gestão Integrada – Porto Trombetas, do ICMBio, e na Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Município de Oriximiná (Arqmo). Os dados secundários foram obtidos por meio de pesquisa bibliográfica e documental. Após a coleta e tratamento dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Por meio da pesquisa se constatou que a implantação da Mineração Rio do Norte (MRN), a criação da Reserva Biológica do Rio Trombetas e da Floresta Nacional Saracá-Taquera na microrregião Alto Trombetas tem relação direta com as mudanças observadas no modo de vida e no uso do território pelos quilombolas coletores tradicionais de castanha-do-brasil, dentre as quais se destaca a quase extinção de práticas coletivas e de ajuda mútua, como o “puxirum”. Atualmente, as regras de moradia existentes nas comunidades do TQ Alto Trombetas 1 e na comunidade Último Quilombo limitaram os deslocamentos frequentes pelo território de uso comum dos quilombolas coletores tradicionais de castanha-do-brasil. |