Ontogenia dos órgãos reprodutivos e da plântula de Syagrus inajai (Spruce) Becc. (Arecacae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Marcomini, Poliana Roversi Genovese
Orientador(a): Mendonça, Maria Sílvia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12815
http://lattes.cnpq.br/7675459760244648
Resumo: Syagrus inajai (Spruce) Becc. é uma palmeira que ocorre no Bioma Amazônico, em diferentes fisionomias vegetais, como: floresta de terra firme, vertente e baixio, além de áreas abertas, como beira de estradas. Produz grande quantidade de frutos, os quais, são comestíveis. O presente trabalho teve como objetivo realizar o estudo ontogênético dos órgãos reprodutivos e da plântula de S. inajai, através da morfoanatomia. As observações e coleta do material botânico foram realizados nos anos de 2009 e 2010 em área verde do Campus da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus, Amazonas, Brasil, em área de baixio, ao redor das coordenadas 3 o 05 ’ 45,84 ” S e 59 o 58 ’ 43,69 ”, a partir, de 30 indivíduos de S. inajai. Observou-se que o número de flores por inflorescência varia entre 5.904 - 17.316 para flores estaminadas e 180 - 3.528 para as flores pistiladas. As flores estaminadas apresentam seis estames com um feixe vascular cada; pistilódio trifído e vascularizado. As flores pistiladas apresentam seis estaminódios unidos formando um círculo. O gineceu é sincárpico, tricarpelar, trilocular, um óvulo por lóculo, sin-ascidiado no ovário e plicado acima. A fusão incompleta dos flancos dos carpelos formam três cavidades septais, que vão da base do ovário a base do estígma. Estigma tripartido, apical e séssil, com epiderme composta por células papilosas alongadas, padrão de epiderme que se mantem por todo canal estilar. O ovário apresenta duas regiões meristemáticas, uma adjacente à epiderme externa e outra envolvendo a cavidade seminal. A região meristemática externa origina o mesocarpo fibroso. A região meristemática interna é responsável pelo espessamento do endocarpo, juntamente com as células provenientes de divisões periclinais da epiderme interna do ovário, formando o endocarpo lato sensu de origem mista. A esclerificação do endocarpo inicia-se no fruto com aproximadamente 80 dias, e ocorre centripetamente. O endosperma é do tipo coenocítico multicelular e a formação de parede das células ocorre centrifugamente. O óvulo é anátropo. A semente é paquicalazal e bitegumentada, estes restritos a região da micrópila. O opérculo é composto por células dos tegumentos externo e interno, e por células do obturador, esclerificadas. O zigoto tem sua primeira divisão celular cerca de 30 dias após o início do desenvolvimento do endosperma. O tempo de desenvolvimento do fruto é de aproximadamente 240 dias, quando se inicia a dispersão. O processo de desenvolvimento embrionário dura aproximadamente 220 dias, dividido em 4 estádios: proembrião, embrião globular, cordiforme lateral e torpedo. O embrião é pequeno, linear e derivado da célula terminal do proembrião, proveniente de divisões mitóticas na célula apical. O eixo embrionário está localizado na região proximal em ângulo reto ao maior comprimento do ix embrião. O cotilédone único é formado pelo meristema fundamental, procâmbio e protoderme. O procâmbio provê o eixo embrionário e a região haustorial. A germinação de S. inajai inicia-se em média 101 dias após a semeadura com a formação do botão germinativo. Os eventos morfoanatômicos que se seguiram foram: alongamento do hiperfilo, intumescimento da bainha cotiledonar, emissão da raiz primária e primeiro catafilo, emissão do segundo catafilo e eofilo. O alongamento do eixo embrionário foi observado após a emissão do botão germinativo, durante o processo de alongamento do hiperfilo. A observação da raiz primária em vista desarmada foi possível após o intumescimento da bainha cotiledonar, momento em que os dois catafilos e o eofilo encontravam-se diferenciados na bainha cotiledonar. Foi observado amido no embrião antes da germinação, porém a sua quantidade aumentou nas células parenquimáticas após a formação do botão germinativo. A semente apresentou 30% de lipídios em sua concentração. Transcorre-se 270 dias, da abertura da bráctea peduncular a dispersão do fruto. A abertura da flor pistilada ocorre 20 dias após a abertura da bráctea peduncular, o fruto leva cerca de 240 dias para se formar e o embrião 220 dias.