Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Souza Júnior, Havle Pereira de |
Orientador(a): |
Costa, Flávia Regina Capellotto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12799
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Resumo: |
A abordagem funcional nos permite entender como o ambiente seleciona as características das espécies que formam as comunidades e, portanto, como as comunidades poderão ser modificadas em função de novas condições, como as induzidas por mudanças climáticas. Duas forças podem estruturar funcionalmente uma comunidade: a convergência, que promove similaridade das características funcionais, e a divergência, que leva à variabilidade. Teoricamente, espera-se que os filtros ambientais causem convergência, por selecionarem características adequadas para a ocupação de cada ambiente. Por outro lado, espera-se que interações bióticas e distúrbios promovam divergência funcional, por aumentarem a heterogeneidade ambiental, selecionando espécies com múltiplas estratégias funcionais. Tendo como modelo as palmeiras (Arecaceae), uma forma de vida abundante e diversa na Amazônia, analisamos quais fatores ambientais são responsáveis por gerar convergência e divergência funcional nas comunidades locais. Esse estudo foi desenvolvido na Reserva Florestal Adolpho Ducke, onde foram medidas sete características funcionais que afetam o desempenho fotossintético, balanço e segurança hidráulica e economia foliar (densidade estomática, tamanho dos estômatos, densidade de venação, conteúdo da matéria seca, espessura das folhas, área foliar específica e área estimada da lâmina) das 14 espécies mais abundantes da reserva. Foram testados modelos incluindo as condições hidrológicas e fertilidade do solo como gradientes de recurso e a taxa de mortalidade de árvores como um indicativo para a intensidade de distúrbio. Nossos resultados mostram que: 1) há diferenciação funcional entre os ambientes hidrológicos, sendo que nos platôs são selecionadas estratégias conservativas e nos baixios aquisitivas, 2) os ambientes hidrológicos são o principal filtro da composição funcional 3) nos baixios existe maior divergência funcional de todas as características, enquanto que nos platôs convergência funcional e 4) a intensidade de distúrbio pode gerar tanto convergência quanto divergência funcional. Isso significa que, as características funcionais são selecionadas principalmente pelas condições hidrológicas do solo, sendo os distúrbios podem levar à convergência quando a sua intensidade for baixa e à divergência, quando aumenta a heterogeneidade espacial e temporal de recursos,. Ainda, a variabilidade de todas as características é maior nos baixios, pois a heterogeneidade ambiental existente nesses locais e os platôs tendem a ter maior convergência interna devido ao baixo dinamismo e disponibilidade espacial e temporal de recursos. Sendo assim, a convergência está associada com respostas aos filtros abióticos conforme a teoria ecológica de comunidades aborda, mas contrário do que prediz quanto aos processos que geram divergência, os distúrbios abióticos também podem gerar divergência funcional. |