Exploração ilegal de madeira no arquipélago de Anavilhanas (Amazônia central): variáveis humanas que determinam a distribuição espacial da exploração e efeitos estruturais sobre os táxons mais explorados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Scabin, Andressa Bárbara
Orientador(a): Costa, Flávia Regina Capellotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11969
http://lattes.cnpq.br/6494544082640787
Resumo: O Parque Nacional de Anavilhanas é uma unidade de conservação amazônica que enfrenta atualmente o desafio de controlar a exploração ilegal de madeira. Por isso é imprescindível a obtenção de informações a respeito da geografia e dos efeitos da exploração sobre as populações alvo dos extratores. Assim, o presente trabalho teve como finalidade determinar (1) as densidades dos táxons explorados e sua distribuição espacial; (2) a distribuição e intensidade da exploração; (3) o efeito da exploração sobre a estrutura das populações desses táxons; (4) as taxas de crescimento das árvores e (5) testou a hipótese de que a distribuição espacial da exploração está relacionada com a distribuição espacial das comunidades humanas residentes na zona de amortecimento do parque e com o valor da madeira. Para isso, foram registrados todos os indivíduos arbóreos com DAP > 10 cm dos 5 táxons mais explorados e os vestígios de exploração, em 84 transectos distribuídos uniformemente pelo arquipélago de Anavilhanas. As taxas de crescimento foram obtidas por análises dendrocronológicas. V. surinamensis e Lauraceae spp. apresentaram modificações na estrutura da população com o aumento de exploração. Como a taxa de crescimento de Ocotea cymbarum (Lauraceae) foi alta, esta espécie pode se recuperar rapidamente caso a pressão de exploração cesse. Para C. brasiliensis não houve evidência de efeito da exploração sobre a estrutura populacional, mas a sua baixa taxa de crescimento e distribuição agrupada sugerem que poderá ser afetada caso a exploração se mantenha. Em M. acaciifolium e Hevea sp. o aumento da exploração não promoveu efeitos negativos em suas populações e, além disso, suas altas taxas de crescimento e grandes densidades indicam que poderiam ser manejadas. A exploração concentra-se na região sul do arquipélago, próximo às concentrações humanas, para a maior parte das espécies, mas não para Lauraceae spp., cuja madeira tem maior valor econômico. Os modelos testados não indicaram relação entre a intensidade de exploração e as distâncias geográficas até as comunidades, mas sim uma tendência de maior intensidade de exploração onde há maior concentração de recursos mais valiosos. Assim, uma estratégia para controle da exploração ilegal no arquipélago de Anavilhanas seria apoiar o manejo florestal nas unidades de conservação que ficam na zona de amortecimento do parque e estimular a concentração do turismo na região sul do arquipélago, já que a presença de turistas pode inibir as atividades ilegais.